Albert Einstein afirmou que “Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.”, considerando-se que o mesmo faleceu em 1955, podemos imaginar o quanto essa frase tornou-se mais e mais verdadeira ao longo dos anos.
Hoje em dia estamos conectados o tempo todo no WhatsApp, Facebook, Instagram, Tweeter, etc. Nossas crianças se divertem com o X-Box, PlayStation, jogos baixados no celular.
Frequentemente nos deparamos com cenas de famílias almoçando ou jantando e crianças e pais ao celular, no WhatsApp ou jogando, ninguém está conversando, dialogando, interagindo!
Calma! Não sou contra internet, jogos, redes sociais, e celulares, mas convido à uma reflexão sobre o exagero com que fazemos usos desta que seria uma ferramenta para facilitar nossa vida e nos divertir.
Aquilo que facilitaria, passou a ser a principal forma de diálogo e resolução de problemas, o que era para divertir quando não estivéssemos em companhia de demais pessoas passou a ser fonte única de diversão e de entretenimento.
Será que isso trará consequências ruins a longo prazo? Pensemos: se nossos filhos se divertem mais com os jogos do que conosco e com passeios, conversas, cinemas, jantar em família, se nosso diálogo ocorre a partir de um aparelho de celular, escrevendo ou ‘gravando um áudio’ do que queremos falar, como será o desenvolvimento dessa relação?
Estamos aprendendo a nos relacionar mais com as máquinas do que com as pessoas, a resolver nossos problemas à partir delas e nunca conversando ‘olho no olho’, estamos perdendo de nos relacionarmos, de nos divertirmos, de ‘discutirmos’ e resolvermos nossos problemas pessoalmente!
Então vamos proibir jogos, celulares e redes sociais?
Não, claro que não! Vamos aprender com os antigos e seus ditados que contem muito ensinamento: “Azeite demais apaga a vela”, isto é, tudo em excesso acaba não sendo positivo e não trazendo ganhos!
Já pontuava Martin Buber: “O ser humano se torna eu pela relação com o você, à medida que me torno eu, digo você. Todo viver real é encontro.”, ou seja, nos tornamos cada vez mais humanos, à medida em que nos relacionamos com os demais, à medida em que vivemos nossas relações de amor, familiares, de amizade e lidamos com elas de forma saudável, para isso, precisamos aprender a estar em contato com o outro!
Então vamos lá! Sente com seu filho e defina com ele quantos dias da semana ele jogará o vídeo game e por quanto tempo, mas não deixe que as prioridades sejam colocadas após o jogo, mas sim, devem vir antes do mesmo: estudar, rever conteúdos escolares, realizar deveres de casa, cuidar dos animais de estimação (caso a família tenha), tomar banho, deixar as coisas arrumadas (mochila, estojo, cama, quarto) e depois o vídeo game.
Pode facebook, instagram e whatsapp? Sim, pode, mas especialmente em intervalos menores, pós cumpridas as tarefas, podem sim, mas devem ser de uso comedido e, de preferência, supervisionado (não monitorado) pelos pais.
Vamos incentivar nossas crianças a trazerem um amiguinho em casa, a ir à casa de um amigo, a combinarem um cinema (os maiores), a irem ao clube juntos brincar, a andarem de bicicleta no condomínio, ou aos domingos na Hípica com os pais e amigos e pais de amigos! Vamos passear com o cachorro em família e conversar e dar boas risadas juntos!
Retomar o contato próximo, a diversão sem intermediários, o diálogo cara-a-cara é extremamente importante para o desenvolvimento do sentimento de pertença familiar, de vínculo, se aprender a argumentar e dialogar. Esta proximidade familiar fortalece a criança para o contato com os demais, para a vida escolar e em sociedade.
As brincadeiras e o contato com os amigos dentro e fora da escola, a interação de todos, as risadas, os desentendimentos e a solução dos problemas são fundamentais para o desenvolvimento da auto-estima e da auto-confiança da criança.
Redes sociais, jogos eletrônicos podem e devem ser incentivados, mas devem ser um ‘extra’ que compõem nosso dia-a-dia, não devem ocupar mais espaço que as pessoas e que a relação de afeto e de amor!
Encerro com Leon Tolstói: “A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.”