“Foi assim que a escola me ajudou: forçando-me a pensar ao contrário dos meus próprios pensamentos.” Rubem Alves
E então foi assim, passaram-se 30 dias, dias de descanso, de folga, de curtir a família, os pais, os primos, dormir até mais tarde, viajar, jogar sem hora para acabar, ir ao cinema, comer em horários diferentes, abusar das ‘junk food’, assistir filmes fora de horário, chamar amigos para ir na casa, ir à casa dos amigos, passear no clube, teatro, ufa! Quanta atividade e quanto descanso! Merecido depois de um semestre de aulas!
As férias são um descanso de um semestre intenso de aulas, de matérias, de compromissos, de trabalhos, de lições, de provas, de aprendizado e são também um tomar fôlego para o semestre que irá se iniciar, mais meio ano de muito aprendizado, muita interação, muitos compromissos, muita cobrança.
Pais comemoraram o início das férias, para curtir seus filhos, professores comemoraram o início das férias para descansarem e recarregarem as energias, estudantes comemoraram o início das férias para descansarem, para curtirem um soninho a mais, um descanso a mais, uma rotina mais leve e mais suave.
Os primeiros dias de férias são deliciosos, descanso, muito lazer, tudo muito gostoso e o tempo vai passando e os dias continuam muito bons, gostosos e leves, mas vai chegando aquele momento em que a saudade da escola, dos amigos, dos professores, da rotina, das risadas vai tomando conta dos estudantes. Nesse momento os pais também já começam a ficar mais cansados da ‘bagunça’ em casa, do ‘dormir tarde demais’, dos filhos jogando o dia todo, da falta de rotina e vão sentindo falta da escola, da rotina, da ordem, do dormir cedo, acordar cedo, fazer deveres, trabalhos, atividades, aprender, pesquisar. Os professores também começam a sentir falta dos ‘pupilos’, dos alunos, daquela avalanche de perguntas, de pedidos, da alegria da sala de aula e da escola.
A escola preenche a vida dos estudantes, dos professores, a escola envolve os pais nas atividades e nos trabalhos e os faz sentirem-se participativos e importantes (e eles o são!) no processo de ensino/aprendizagem do filho.
A volta às aulas é um momento recheado de expectativas, de felicidade, algum receio pode permear esse momento, um certo desânimo dos alunos (que pensam nas tarefas, no horário de acordar, nas provas …). Os pais também podem ficar meio tenso com a retomada ‘feroz’ de compromissos e de trabalhos e exigências, mas o sentimento geral é de alegria e de retomada e reaproximação!
Este é um momento em que família (pais e filhos) precisam conversar, alinhar as idéias e os pensamentos. Conversar sobre horários de dormir, de descansar, de estudar, de jogar, sobre a permanência em redes sociais, sobre os grupos de whatsapp, sobre os horários do Netflix…
A volta às aulas é muito importante, pois é a retomada da rotina, da vida escolar, do aprendizado, do contato com os mestres, das provas, dos trabalhos, do contato diário com amigos, por isso é de extrema importância que ela seja programada com cautela, conversada abertamente, devem existir regras que ‘norteiem’ este momento e deve haver leveza para a retomada da rotina e para a re-adaptação à ela.
Encerro com um convite à reflexão sobre uma frase muito importante de Paulo Freire: “O diálogo cria base para colaboração.”
