“Áh, fulano é forte, aguenta sozinho todos os problemas do dia-a-dia” ou “Para de ser fraca e reaja!”, como estas, diversas outras são as frases que escutamos quando passamos por situações que nos tiram o chão, que nos causam dor e sofrimento.
Ser forte não significa enfrentar sozinho todos os problemas, mas sim, olhar de frente para eles, saber que precisam ser enfrentados e resolvidos. Ser forte também é pedir ajuda, é contar com apoio, é pedir colo e amparo, se preciso for.
“Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” Rubem Alves
Passamos por metamorfoses, por mudanças, por problemas, por silêncios solitários e doloridos, mas podemos contar com aquele ombro amigo, aquela mão zelosa, o ouvido atento e cuidadoso.
Precisamos aprender a reconhecer que estamos passando por uma fase dura, passando pelo ‘deserto da vida’ e precisamos ter a certeza de que não estaremos sozinhos, que podemos pedir ajuda e que tudo se torna muito mais fácil, menos penoso quando contamos com o amor e companheirismo dos que nos amam.
Diante das dificuldades, pense em seus queridos, aquelas pessoas que te amam e se importam com você, pessoas nas quais você confia e pode se abrir.
Desabafe, se preciso for, conte o que te aflige, se abra, quando conseguimos falar sobre nossos problemas, experimentamos uma sensação de alívio, parece que estamos dividindo o ‘fardo’ com alguém querido.
Peça colo, isto é, se permita ser acolhido, abraçado, amado. Não se feche na hora do problema, ele fica ainda mais dolorido e pesado. Quando nos sentimos amados, quando experimentamos o amor, o carinho e o cuidado de quem gosta de nós, nos fortalecemos, tomamos fôlego, respiramos …
Aceite ajuda, dê a mão e se apoie em quem está lhe oferecendo a mão, o ombro, o apoio. Dando as mãos, atravessamos os desertos de forma menos penosa, caminhamos mais e com menos dificuldade. Não faça tudo sozinho, não se sobrecarregue, quando os problemas e dificuldades já o fazem.
Somos humanos e temos nossos momentos mais frágeis. Não é demérito, mas períodos difíceis pelos quais todos passamos.
Encerro com um convite a reflexão: “Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior.” Martha Medeiros