O “Setembro Amarelo” é a campanha que marca o mês dedicado à prevenção ao suicídio. No Brasil, ela é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina. Neste ano, o tema da campanha é “Agir salva vidas”.
De acordo com o CVV no Brasil, todos os dias cerca de 32 pessoas dão fim a própria vida. O número corresponde a uma morte a cada 45 minutos.
Falar de suicídio é falar sobre a depressão, já que cerca de 35% dos suicídios ocorrem por quem sofre com a depressão. Diversos estudos de base clínica também abordam a associação depressão e suicídio, com conclusões que apontam para a mesma direção.
Um recente estudo sobre a mesma casuística demonstrou que dentre os deprimidos, dependência química, ansiedade grave, crises de pânico, agitação e insônia aumentam a chance de morte por suicídio.
Interessantemente, a presença de depressão por vezes representa o elo (mediação) entre quadros de ansiedade e suicidalidade.
De acordo com o CVV “os familiares e amigos devem, sobretudo, se dispor a se aproximar de alguém que demonstra estar sofrendo ou que apresenta mudanças acentuadas e bruscas do comportamento. É preciso estar disposto a ouvir e, se não se sentir capaz de lidar com o problema apresentado, ir junto em busca de quem possa fazê-lo mais adequadamente, como um médico psiquiatra ou psicólogo.
De acordo com os médicos, o ideal é que a pessoa seja encaminhada a um psiquiatra e seja medicada. E que tenha um acompanhamento de um psicoterapeuta, além do apoio da família.
Esqueçamos aqueles jargões: “Quem quer se matar, não fala”, fala sim! Este pode ser o último pedido de socorro de alguém que está sofrendo demais, deem atenção e ajam rápido diante desse pedido de ajuda; “Não se deve perguntar à pessoa se ela quer se matar”: errado, tal ação não aumenta a probabilidade dela se matar, mas auxilia quem está por perto a buscar ajuda.
Quem chega ao ponto de cogitar o suicídio está em muito sofrimento emocional imenso e o suicídio pode ser encarado como uma maneira de se ver livre do sofrimento, a intenção, em geral, não é morrer, mas não mais sofrer, por isso o tratamento é tão importante como prática preventiva ao suicídio, pois este diagnostica a depressão, passo-a-passo reduz o sofrimento e o paciente tem condição de retomar a vida.
Se você conhece alguém nesta condição, ouça a pessoa, busque ajuda especializada, não tente você mesmo lidar com esta questão, pois ela demanda ajudar e intervenção de um especialista. Não ignore o sofrimento emocional de ninguém, ele pode não ter marcas físicas, mas é forte e leva a pessoa a buscar ‘saídas’ que nem sempre são adequadas.
Encerro com um convite a reflexão: “Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana.” Augusto Cury