“No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo.” Osho
Não se nasce mãe, se torna mãe, esta é a grande verdade nua e crua. A ideia de que a mulher nasce pronta para ser mãe e que a maternidade é algo inato é cruel e surreal. Mulher alguma nasce sabendo ser mãe, por mais que tenha desejado isto a vida toda.
Ser mãe é experimentar um amor intenso, diferente de tudo que já se sentiu antes, é ter o coração batendo fora do peito, batendo no peito dos filhos, mas apesar disso, ser mãe é inédito, desde o nascimento da criança e em todas as fases da vida dos filhos. E cada filho que nasce é uma experiência única.
Muita gente olha a mãe como um ‘ser perfeito’, que não erra nunca, que não se cansa, que não tem momentos de dúvidas, incertezas, que não quer um tempo sozinha, pra si.
Não raras vezes escutamos: “Olha lá, saiu com as amigas à noite e deixou os filhos em casa, por que foi ter filhos, então?” ou “Nossa, disse que está ficando louca com os filhos, que ser mãe é trabalhoso. Que horror, ser mãe é uma benção.”. Quanta crueldade nesses olhares idealizados sobre a maternidade perfeita e sobre a exigência de que a mãe abdique da vida em função da vida dos filhos.
Torna-se mãe, mas não se deixa de ser uma pessoa, uma mulher, uma profissional, uma amiga, uma aluna e etc. Sim, a mulher continua a existir e deve existir. Deve trabalhar, buscar crescimento profissional, estudar, buscar seu crescimento pessoal e profissional. Sim, a mãe mantém as amigas e deve ter bons momentos com elas, um café, um happy hour, sim, é necessário, é preciso e não faz dela menos mãe, menos dedicada, não significa que ame pouco.
Quando você escutar uma mãe dizer que está exausta, cansada, que não aguenta mais, não a julgue, ofereça um ombro amigo, uma escuta sem julgamento, se puder, ofereça ajuda com as crianças, deixe que ela tenha umas horas só dela.
A maternidade é maravilhosa, ter filhos é muito bom e uma sensação única, amamos infinitamente, mas não é fácil, não é autoexplicativo, não tem manual de instrução, ficamos perdidas muitas vezes. “Esse choro será o que, meu Deus?”, “Que resposta eu dou para essa pergunta?”, “Como consolo dessa tristeza?”, “Mas por que teima tanto?” e assim por diante, cada fase um questionamento, cada fase uma dificuldade, cada fase um desafio.
Normalizemos mães que nem sempre estão calmas, serenas e equilibradas, normalizemos mães que têm amigas, que trabalham, que sejam boas profissionais, que trabalhem e que gostem de seus trabalhos. Normalizemos mães que fazem esporte, que tirem um tempo pra si, que se permitam ser pessoa, mulher e mãe.
Encerro com um convite a reflexão de uma mulher, mãe, profissional, pessoa: “Quando você é mãe, você nunca está realmente sozinha em seus pensamentos. Uma mãe sempre tem que pensar duas vezes, uma por ela e outra por seu filho.” Sophia Loren