Uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter causado um rombo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. As investigações apontam que aposentados e pensionistas foram vítimas de descontos indevidos, feitos sem autorização, entre 2019 e 2024.
O escândalo levou ao afastamento de seis servidores públicos, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que deve ser exonerado por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como funcionava o golpe
Segundo a PF, associações de aposentados simulavam filiações e realizavam descontos mensais nos contracheques dos beneficiários, como se eles tivessem autorizado a cobrança por serviços como assistência jurídica e descontos em planos de saúde.
No entanto, uma investigação feita com uma amostra de 1.273 beneficiários mostrou que 97% negaram ter autorizado qualquer filiação ou desconto.
A CGU também identificou falsificação de assinaturas e falta de documentação necessária para a realização dos débitos.
Quem foi afastado
A Justiça determinou o afastamento cautelar dos seguintes servidores:
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Alessandro Stefanutto, presidente do INSS;
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Virgílio Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;
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Giovani Spiecker, coordenador de atendimento;
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Vanderlei Barbosa, diretor de benefícios;
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Jacimar da Silva, coordenador de pagamentos;
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Um policial federal, que teria usado o cargo para ajudar o grupo.
Prisões e apreensões
Na operação realizada nesta quarta (23), foram cumpridos mandados em 13 estados e no DF. Cinco pessoas foram presas e uma segue foragida. Também foram apreendidos carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro em espécie.

Como saber se você foi vítima e o que fazer
Aposentados e pensionistas podem verificar se foram afetados pelo golpe no aplicativo ou site Meu INSS, seguindo este passo a passo:
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Acesse o app ou o site do Meu INSS;
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Procure a opção “mensalidade associativa” para consultar possíveis descontos;
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Caso identifique cobranças não autorizadas, solicite a exclusão ou bloqueio através do serviço “exclusão de mensalidade de associação ou sindicato” ou “bloqueio de mensalidade associativa”;
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Também é possível fazer o pedido pela Central 135 ou diretamente com a associação responsável pela cobrança.
Quais crimes são investigados
Os envolvidos poderão responder por:
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Corrupção ativa e passiva
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Falsificação de documento
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Organização criminosa
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Lavagem de dinheiro
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Violação de sigilo funcional