“Na música, as pausas são tão importantes quanto as notas, por isso o músico conta os silêncios com o mesmo valor que têm as notas. ” Desconhecido
Assim como na música, na vida, as pausas são fundamentais. Vivemos em meio a um turbilhão de informações, enfrentamos problemas quase que ‘sem solução’, lutamos contra inimigos com superpoderes, trabalhamos contra o tempo e perdendo para o relógio, precisamos tomar decisões, que se dependessem de nós, jamais tomaríamos.
Vivemos em um constante ‘caminhar na corda bamba’. Nos equilibrando entre decisões, entre riscos, problemas, falta de tempo, contratempos, desventuras, medos e assim por diante.
Precisamos demonstrar desempenho, precisamos estar bem, temos de acertar em grande parte das vezes, não podemos se quer pensar em fraquejar, em chorar, em demonstramos humanidade; ficarmos inseguros, tristes, doentes não passa pelos planos…
Mas a vida não nos permite sermos assim o tempo todo, a vida faz curvas, às vezes tão fechadas e faz paradas, muitas vezes, tão repentinas, prepara surpresas nem tão boas assim e lá vamos nós, sair correndo para resolver tudo, para nos adaptarmos a tudo, para minimizarmos os problemas.
Existem momentos que o cansaço toma conta de nós, que os pensamentos ficam confusos, que a vontade é de ‘tomar fôlego’, dar um tempo, pedir um minuto… e por que não? Por que resistimos em ‘fechar uns dias para balanço’? Por que achamos ser este um sinal de fraqueza? Não é no ‘balanço’ que estudamos pelo que passamos, que fazemos as contas dos saldos que temos, dos ‘gastos que teremos’? Então, ‘fechar para balanço’ é sinal de lucidez, de força, de planejamento e não de fraqueza, de ‘jogar a toalha’, correto?
Quantas e quantas vezes nos deparamos com pessoas dizendo: “Você não vai fraquejar agora, só porque ficou doente, vai? ”, ou “Onde está sua fé?” ou ainda “Pare de chorar, isso não te ajuda em nada…”, ora bolas, a fé vai bem, a fé está ali, Deus está perto, dando colo, abrigo e amor, chorar não resolve nada, mas ajuda a desabafar, mas coloca pra fora as dores, angústias, temores e passar por momentos de fragilidade só nos ajuda a lembrarmos de nossa humanidade, somos humanos, podemos ter momentos de fraqueza.
Muitas e muitas vezes na vida, precisamos dar uma pausa, precisamos respirar, precisamos parar e compreender o que estamos vivendo, precisamos aceitar as mudanças que se apresentam e que são tão diferentes daquelas que planejamos para a vida, para que possamos seguir em frente, para que possamos aceitar nossa realidade nova, para que possamos fazer uma limonada com os limões que surgiram pelo caminho …
Como dizia sabiamente, Rubem Alves: “A alma é uma borboleta…
há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose…”
Mas não ouvimos essa voz no barulho de nossas turbulências, em meio a correria, ao ‘disfarçar’, tentando passar uma impressão… a voz da mudança surge em nós, depois de uma pausa, de um período de ‘auto-estudo’, de um período de conhecermos nossos sentimentos, de darmos nomes aos nossos medos, às nossas tristezas, às nossas angústias…
Portanto, se necessário for, faça pausas sem maiores explicações, tire um tempo para se entender, para entender seu momento e sua situação, respire, tenha em mente que a você precisa estar bem, precisa estar em paz e ‘de bem’ com seu momento atual para que possa passar por ele, aprender com ele, evoluir, dar risada e sorrir …