O acusado do assassinato da estudante da Unicamp, Sandy Andrade Santos, de 21 anos, irá a júri popular no dia 27 de setembro. Marcelo Soares de Moraes Silva, matou a jovem em março de 2017, e o corpo foi encontrado próximo ao Parque Residencial Roland, em Limeira (SP), como mostrado aqui no Rápido no Ar. Ela era natural de Embu Guaçu (SP). O crime chocou a cidade e ganhou repercussão nacional.
O acusado, que foi preso dias após o assassinato, responde por sequestro, tentativa de estupro e homicídio qualificado. Durante o júri, serão ouvidas dez testemunhas, cinco de acusação e cinco pela defesa, além do próprio réu.
O homicídio está sendo qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, para assegurar a ocultação e impunidade de outro crime, e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
O júri será estabelecido na comarca de Limeira.
O CRIME
O corpo da estudante de engenharia de manufatura da Unicamp foi encontrado em uma estrada de terra, próximo ao Parque Residencial Roland, na manhã do dia 31 de março de 2017, uma sexta-feira.
A jovem estava com diversos golpes de faca na região do pescoço e teria sido vista pela última vez na noite de quinta-feira (30), quando saia de uma academia na rua Professor Ruy Corte Brilho.
Ela foi encontrada sem documentos e só foi identificada na tarde do mesmo dia.
A equipe do Rápido no Ar mostrou em primeira mão o vídeo onde Marcelo confessa como teria assassinado a estudante.
No vídeo, o rapaz conta friamente para o delegado responsável pela investigação, William Marchi, como teria atacado Sandy.
O acusado já esteve preso durante cinco anos por estupro e tentativa de homicídio, ele estava em liberdade há um ano. Marcelo foi preso no dia 4 de abril de 2017, na sua casa.
OUTRO CASO
Uma professora de 30 anos procurou a Delegacia de Investigações Gerias (DIG) no dia 5 de abril do ano passado, para relatar que no dia da morte da estudante, ela estaria em um ponto de ônibus nas proximidades da Unicamp e Soares teria passado com seu veículo diversas vezes por ela e tentado abordá-la.
No boletim de ocorrência, a professora relata que estava em um ponto de ônibus na Rua Oswaldo Bertolini, no Jardim São Paulo, quando um veículo Ford Fiesta prata começou a passar diversas vezes pelo local. Em um determinado momento, o carro parou e o indivíduo abaixou o vidro e perguntou se o ônibus já tinha passado, após a negativa da professora, o mesmo começou a rir.
Ainda segundo o relato, neste momento ele foi descer do carro para abordá-la, mas avistou um caminhão e se assustou. Quando o caminhão se afastou, Marcelo teria tentado novamente, mas desistiu quando a vítima encontrou um conhecido que caminhava pelo local.
Horas mais tarde, às 21h, ele acabou abordando a estudante da Unicamp.
SEGURANÇA
Alunos da Unicamp realizaram uma passeata logo após a prisão de Marcelo, para chamar a atenção da população limeirense para a falta de segurança na região do Campus. A manifestação seguiu até a Prefeitura.
Houve também uma paralisação de dez dias e os estudantes só voltaram às aulas após pressionar o poder público.
Uma comissão de alunos, além de diretores e professores da instituição esteve reunida com o prefeito de Limeira, Mario Botion (PSD), no dia 4 de abril de 2017 e apresentou uma série de reivindicações relacionadas à segurança na região do entorno da Universidade.
BASE MILITAR
Em abril de 2018 foi inaugurada a base da 5ª Cia da corporação da Polícia Militar, localizada na Praça 1º de Maio no Jardim Morro Azul, onde funcionava a escola Sesi.
Essa era uma das reivindicações dos alunos e funcionários da Unicamp.
O corpo de Sandy foi transportado para Embu-Guaçu, onde foi velado e sepultado. Ela era aluna do 2º ano do curso de Engenharia e Manufatura da Unicamp de Limeira.
