As temperaturas caíram lá fora. O céu oscila entre o azul clarinho, o cinza claro esbranquiçado, aquela neblina ao acordar, a ‘fumacinha’ que sai da boca ao falarmos no início da manhã. É tempo de blusa de frio, de meia, de gorrinho, de cobertor. É tempo de chocolate quente, sopinha, é tempo de quermesse, é tempo de filmes e cobertores aos finais de semana, de banhos bem quentinhos…
Como diz Djavan: “Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro …”
Fiquei pensando que esse tempinho frio é tempo de estarmos buscando nos aquecer e nos manter ‘quentinhos’ e pode ser um tempo de aquecermos nossos corações também, de deixarmos aquela ‘frieza’ de lado.
Com o passar dos tempos, vamos sendo atropelados pelos problemas e pelas muitas coisas que enfrentamos dia após dia e com isso, pode aparecer aquela tendência de ficarmos focados nas soluções que precisamos buscar, na redução de nosso próprio sofrimento e em nossas vidas apenas. Podemos ‘deixar escapar’ a noção do outro, de que ele existe e suas necessidades, suas dificuldades e seus problemas também. Sempre que penso em nossas batalhas pessoais, me vem à mente aquela frase, cujo autor desconheço, mas parabenizo, que diz: “Todas as pessoas que você conhece estão enfrentando batalhas que você não sabe nada a respeito. Seja gentil, sempre.”.
Sempre que pudermos ser um ‘ombro amigo’, um ‘ouvido neutro’, que pudermos ser compreensivos, oferecer amor, carinho, afeto, cuidado, sempre que pudermos doar a quem tem menos que nós, não percamos a chance! Esse ato pode significar a diferença na vida de alguém. Por menor que seja nossa ação, nosso carinho, nossa solidariedade, por mais que nos pareça banal e pequeno, quem está recebendo, pode estar, por causa disso, renovando às forças para continuar, pode estar entendendo que vale a pena continuar a tentar, pode estar renovando a fé na humanidade e encontrar motivos para sorrir.
Santo Agostinho, afirmava com uma sabedoria amorosa ímpar que: “No amor do próximo o pobre é rico; sem amor do próximo o rico é pobre.”. Sim, todos somos muito ricos e podemos distribuir esta riqueza por aí, sem parcimônia, pois tal riqueza, quanto mais é distribuída, mais multiplica.
Que neste inverno possamos aquecer nosso corpo e nosso coração. Que possamos exercitar a empatia, o cuidado com o outro, que busquemos ser compreensivos e amorosos.
Encerro a coluna de hoje com um convite a reflexão, a partir de um Provérbio Chinês: “Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores.”.