Foi confirmado pela Prefeitura de Amparo (SP) a morte de um macaco por febre amarela na zona rural da cidade. O resultado foi enviado pelo Instituto Adolfo Lutz no dia 16 de março. Outros cinco macacos encontrado mortos também foram levados e aguardam o resultado de uma possível contaminação.
Na terça-feira (21), a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), colocou armadilhas para atestar a presença do mosquito Haemagogus, transmissor da febre amarela. Ontem e nesta quinta-feira agentes da Sucen realizam um trabalho de nebulização na cidade.
Vacina
A secretária de saúde do Estado prepara uma campanha de imunização da febre amarela para a cidade. A vacinação deve começar no dia 1º de abril e primeiro serão vacinadas pessoas dos bairros da zona rural. Os agentes irão de casa em casa. Após essa etapa, o restante da população deve ser vacinada.
Macacos não transmitem para humanos
O biólogo Horácio Teles, do Conselho Regional de Biologia, explica que o vírus da febre amarela circula naturalmente entre os macacos nas florestas brasileiras, de forma mais intensa no norte do país. Em alguns momentos, as populações de macacos resistentes ao vírus diminuem, passando a predominar as populações vulneráveis. É então que os macacos começam a morrer, o que é sinal do aumento do risco para ocorrência em humanos em regiões próximas às matas.
O Ministério da Saúde alerta que os macacos não transmitem a doença diretamente para humanos e que eles são importantes para sinalizar a presença do vírus transmitido por mosquitos. Por isso, esses primatas devem ser protegidos em seu ambiente natural. O atual surto de febre amarela levou moradores de algumas regiões atingidas a matarem macacos por medo da doença.
Transmissão
A transmissão da febre amarela pode ocorrer de duas formas: silvestre e urbana. O contágio silvestre ocorre de macacos para mosquitos, normalmente das espécies Haemagogus ou Sabethes, que só vivem na floresta. Os mosquitos, então, transmitem o vírus desses macacos infectados para humanos. Já a febre amarela urbana, muito mais comum que a silvestre, ocorre quando uma pessoa já infectada pelo vírus é picada pelo Aedes aegypti, que retransmite a doença para outras.
A Secretária de Saúde também alerta a população que entre em contato com Vigilância Epidemiológica caso a população encontre algum macaco morto ou agonizando.