Áh ter filhos, como é mágico e como é bom! Desde a gestação, quando começam os preparativos: quartinho, berço, carrinho, fraldinhas, roupinhas …Família toda ansiosa para o mais novo membro chegar, todos curiosos: “será menina ou menino?”, pais preocupados com a saúde do bebê, exames e mais exames são feitos e todos os cuidados garantidos para que a gestação flua bem e o bebê venha com saúde.
E nasce o bebê! Que delícia cheirinho de criança, aquele amor todo que permeia o lar de quem tem um bebê em casa. É um aprendizado novo ao dia: esse choro seria de cólica, de sono, de ‘manha’ mesmo? Como dar banho, colocar pra dormir, para mamar, o casal se dividindo nos cuidados com a criança, tudo mágico. Claro que existem as noites sem dormir, as cólicas, os choros, os gases, etc, mas o amor compensa tudo.
E eles vão crescendo, começam a engatinhar, a alcançar algumas coisas (que precisam ser trocadas de lugar), começam a querer mais o chão do que o colo, berço ou carrinho. Os banhos são mais agitados, mas mesmo assim bons momentos, tão mágicos quanto o soninho da tarde, aquele que a mãe fica a admirar seu bebê, amando-o.
E segue o crescimento, começam a andar, a aprender a falar uma coisa ou outra, cada passo, cada equilíbrio, cada palavrinha representa uma vitória única, uma comemoração. E vão ficando mais ‘levadinhos’, mexem mais, têm mais curiosidade, colocam as coisas na boca, puxam toalhas, quebram enfeites e vêm os tombos, os machucadinhos, os ‘nãos’ da mamãe e do papai, os choros de birra porque ouviram não, mas apesar da birra, manter o não é importante, né?
Vão ficando maiores e maiores são as ‘aventuras do aprendizado e do crescimento’, vão querendo conhecer mais, fazer as coisas sozinhos, vão teimando, descobrem os jogos de celular e tablet e querem jogar muito, descobrem o youtube e os vídeos e ficam hipnotizados por tanto divertimento… e cabe aos pais a dura tarefa de limitar, de falar ‘não’, ‘agora chega’, determinar horário de estudar, de fazer lição de casa, de ajudar com os deveres de casa, como arrumar os brinquedos no lugar, ajudar a colocar a mesa para o jantar, a tirar a mesa, ajudar a arrumar a cama, ajeitar as almofadas no sofá da sala… apesar das reclamações e protestos, isso é importante para o crescimento deles.
Também vão ‘refinando’ o paladar: ‘disso eu gosto, disso eu não gosto’, ‘quero chocolate, não quero fruta’ e de novo cabe aos pais incentivando a alimentação saudável, aquela que fará bem à saúde, claro que uma ou outra guloseima são liberadas, mas nem todas e nem como eles gostariam.
É chagada a adolescência e os jogos, músicas, Netflix, TikTok passam a ocupar parte maior das ‘agendas de nossos filhos’ assim como as amizades, as festinhas, as paqueras, os amores (correspondidos ou não) e os estudos vão ficando chatos e pesados e cabe a nós pais, novamente, limitarmos o que há de bom e inserirmos estudos, tarefas, arrumar o quarto, ajudar em casa, ler, dormir cedo… é a fase das conversas sobre responsabilidades, sobre sexo seguro, sobre futuro, sobre bebidas, sobre drogas, sobre prevenção, é a “temida adolescência”, que merece uma coluna, um capítulo, um livro, um compêndio, uma enciclopédia só pra ela.
Por mais ‘chato’ que seja, criar um filho implica impor limites, implica dizer muitos nãos, implica ser bravo as vezes… claro que é dar amor, cuidado, acolhida, é dar risada, é curtir bons momentos, é observar o crescimento deles, é participar da evolução deles, é vibrar com cada sucesso e ajudar a catar os caquinhos a cada fracasso.
Encerro a coluna de hoje com um convite a reflexão: “Para compreender os pais é preciso ter filhos.” Sofocleto