Já dizia John Milton: “Toda a maldade é fraqueza.”, e não é que ele tinha (e tem razão)?! Todos nós já nos deparamos com pessoas que nos fazem maldades ou que fazem maldade aos demais e podemos nos perguntar: para que isso, meu Deus?
Quem faz maldade, precisa causar dor, sofrimento, dor de cabeça, cansaço, fadiga, preocupação, precisa prejudicar ao outro, mas por que?
De acordo com a psicóloga Maria de Fátima Santos (2006), “todo indivíduo, ao longo de seu desenvolvimento, constrói um conceito de si mesmo que forma sua auto-imagem e logo ao nascer, ele entra em contato com os principais elementos que vão contribuir para a construção dessa imagem. A auto-imagem depende, diretamente, das interações com o meio e de como os outros recebem e reagem as manifestações do indivíduo no decorrer de sua história de vida. Estas variáveis vão situar o indivíduo numa condição de ver a si mesmo de forma positiva ou negativa.”
Ainda de acordo com ela, o sentimento de menos valia surge como um dos sinais do enfraquecimento pessoal do indivíduo. As pessoas com essa dificuldade não conseguem, segundo ela, ter clareza do que sentem, mas as características do que elas verbalizam apontam para a existência do auto-conceito distorcido e de muitas limitações por ele acarretadas.
Cukier (1998) afirma que “uma criança não nasce com auto-estima e nem tem noção alguma do seu valor pessoal.” Para ele, o ‘eu’ se ama e se respeita quando se percebe amado e respeitado. Por outro lado, se odeia quando intui que está sendo rejeitado e/ou deixado de lado. Para ele se a criança não é valorizada, não tem como se valorizar e o espaço vazio dentro se si, é preenchido por sentimentos de vergonha, de culpa e de inferioridade.
Outra autora que fala com propriedade sobre o sentimento de inferioridade é Courberive (1969), para ela a inferioridade é a representação penosa de ter estado, estar ou ter de estar numa situação inferior a posição realmente merecida.
São pessoas que pensam que merecem estar em outro lugar, ocupar outra posição, mas não ocupam e não estão na posição que julgavam merecer e por isso, sentem-se inferiorizadas, sentem-se ‘prejudicadas’. Como afirmam Cabral e Nick (2000) “a inferioridade é uma tendência para o julgamento desfavorável de si mesmo, quer se justifique ou não pelos fatos, o sentimento de menos valia é referido como sentimento de impotência”.
Couberive (69) afirma que os complexos infantis de inferioridade não sanados em tempo hábil, podem produzir inibições crônicas e incuráveis, pessoas revoltadas, dentre outros.
Como diz Rogers: “Sentir-se desvalorizado e indesejável é, na maioria dos casos, a base dos problemas humanos.”
Esse sentir-se desvalorizado pode gerar em algumas pessoas o desejo de aniquilar e de ser maldoso com quem, em seu julgamento, é mais, tem mais, pode mais que merecia ou tem mais pode mais, é mais do que ele o é.
Comumente são pessoas que fazem maldades, que se divertem com os infortúnios daqueles que consideram mais do que eles. São pessoas incapazes de pensar nas consequências de suas maldades, pois miram apenas o sofrimento e a queda do outro.
É claro que responder na mesma moeda à estas pessoas seria fácil, pois são inseguras, sentem-se inferiores e seriam atingidas, mas teríamos de limpar sujeira com lama ou como diz o ditado: “tomar um copo de veneno, esperando que o outro morra.”.
Então o que fazer com essas pessoas?
A f a s t e – s e! Quanto menos souberem de você, melhor! Vença! Vença sempre. Não desista ou sucumba diante da maldade, afinal, o inseguro não é você, você está bem resolvido, sabe seu potencial, não tem nada que ficou inacabado, tem consciência de suas qualidades e do quanto é amado, portanto, vença! Não se deixe abater pela maldade que lhe foi feita! Ela diz mais sobre quem fez do que sobre quem a recebeu!
Aprenda a reconhecer pessoas invejosas, inseguras, que se sentem inferiores e cuidado com elas. Nem sempre serão amizade boa! Nem sempre se alegrarão com seu sucesso, nem sempre vibrarão com seu potencial, ao contrário, muitas vezes terão raiva, irão querer aniquilar seu crescimento e seu sucesso, ainda que para isso, lhe prejudiquem e irão querer lhe ver triste.
Não fique! Respire, lembre toda sua trajetória de vida, perceba o quanto é querido, amado, o quando é competente e bom e siga em frente!
Encerro com um convite profundo a reflexão: “ O que não provoca a minha morte faz com que eu fique mais forte.” (Friedrich Nietzcsche)