E tem semana que é assim: ‘infinita’, dura, impiedosa, cheia de obstáculos e de dificuldades, cheia de preocupações e ansiedades, notícias difíceis, desafios aparentemente impossíveis de serem superados.
Somos atropelados e sugados por todos os problemas, pelas situações. Corremos para resolver um a um dos problemas que se apresentam e a cada um que resolvemos, ao invés de respirarmos, parece que surgem dois outros…
E bate o desânimo, o cansaço, a vontade de ‘jogar a toalha’, parece que a ‘luta não tem fim’, parece que é um ‘constante apanhar’ (uma UFC da vida real), estamos nadando contra a maré, sendo ‘atropelados’ por ondas gigantescas, levamos aqueles ‘caldos’, colocarmos os pés no chão, ficarmos firmes e de pé é uma dificuldade … o ponto de equilíbrio cede lugar a uma crise forte de ‘labirintite’ da vida!
Fala sério: que vontade de parar, de jogar tudo para o ar, de desistir, de ‘abandonar o barco’, de largar o fardo, não é? Sim, somos humanos, cansarmos, termos nossos momentos de tristezas e desânimo é mais do que comum e aceitável, é compreensível.
Enquanto escrevia essa introdução da coluna desta semana, pensei na frase do lindo filme Extraordinário: “Seja gentil, pois cada pessoa que você encontra está travando uma grande batalha.”. Ser gentil (com você e com os demais) faz toda a diferença… Não se maltrate, não se ‘agrida’, não se culpe por uma situação que está enfrentando, ao contrário, se perdoe, se ame, tenha a certeza de que isto também vai passar e você vai vencer mais esta batalha, sairá fortalecido, aprenderá mais e estará mais firme e sábio para o próximo desafio que a vida lhe apresentar, de repente, não mais que de repente! E seja gentil com o outro! Nunca sabemos o que se passa nesta vida, que batalhas ele enfrenta, apesar do sorriso no rosto e da aparente tranquilidade e facilidade com que vive, apesar da aparente e óbvia segurança e força… pode ser que tudo isso seja uma forma de não sucumbir, de não se ‘entregar’ e de não desistir… Um sorriso, um apoio, um: ‘eu te compreendo’ pode restaurar a esperança de alguém! Seja esta pessoa!
Todos nós passamos por fases, por ‘provações’, por aquela dificuldade, que ‘olha, minha gente, dificuldade é uma coisa, mas essa é campeã…’. Ô se passamos, ô se passaremos. Vamos nos preocupar, sofrer, ficar ansiosos, tensos, perder o sono… Mas, espere: isso nos ajudará a passar por esta fase e resolver os problemas? Não! Apenas os torna mais sofridos! Precisamos mesmo buscar sofrer mais? Reflita!
Os problemas estarão aí, a necessidade de solucioná-los também, mas podemos optar por enfrenta-los de maneira leve, com tranquilidade, buscando analisar as situações e opções que temos. Sempre é válido lembrarmos que nada dura para sempre, inclusive os problemas e às tristezas.
Augusto Cury nos diz: “Não duvide do valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver, enfim, de tudo que faz a vida florescer. Mas duvide de tudo que a compromete. Duvide do controle que a miséria, ansiedade, egoísmo, intolerância e irritabilidade exercem sobre você. Use a dúvida como ferramenta para fazer uma higiene no delicado palco da sua mente com o mesmo empenho com que você faz higiene bucal.”.
Os problemas existirão sempre, mas não podem ser o centro de nossas vidas, não devem retirar nossa paz, roubar nossos sorrisos, afastar-nos dos que amamos e do que nos amam!
A vida é breve, a vida é linda, a vida é sublime! É uma dádiva viver! Pois então vivamos, apesar das dificuldades, apesar das tristezas, apesar dos revezes, apesar das doenças, vivamos porque a vida é maior que tudo isso, porque, como cantou lindamente Gonzaguinha: “É a vida! É bonita e é bonita, viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repita: É bonita, é bonita e é bonita!”
É linda! Olhe ao seu redor, veja o que você tem: amor, família, saúde, inteligência, ‘jogo de cintura’, resiliência, força, fé, amparo … há tanto em nossas vidas, que se comparados aos problemas, os reduzem bastante e colocam as soluções como “questão de tempo”.
Como de costume, encerro com um convite a reflexão sobre a beleza de nossa vida, a partir de um trecho da música de Flávio Venturini, cantada lindamente por Roupa Nova: “ (…) Daria pra pintar todo azul do céu, dava pra encher o universo, da vida que eu quis pra mim (…) Foi assim como ver o mar, foi a primeira vez que eu vi o mar, onda azul, todo azul do mar, daria pra beber todo azul do mar, foi quando mergulhei no azul do mar, onda que vem azul, todo azul do mar.”