Vivemos um constante desassossego em nosso dia-a-dia: é trabalho, é meta, é correria, é compromisso, é conta para pagar, é problema pra resolver, muitas vezes alguma questão de saúde nos acomete e assim passam-se os dias, os meses e os anos …
Isso é muito ruim: passarmos os dias, resolvendo muitas coisas, lidando com problemas, cumprindo metas e não nos olhando, não nos vendo, não nos enxergando, não buscando nossa paz, nossa tranquilidade, nosso equilíbrio.
E você pode estar pensando: como vou atingir um equilíbrio ou a paz se estou vivendo em meio a muitos problemas e muito desgaste? Como buscar a paz?
“Hoje eu sei que somos co-responsáveis pela realidade em que vivemos, pelo mundo em que estamos e que não adianta reclamar, é preciso agir para transformar. […]” Monja Coen
E como somos… os problemas estão aí, a correria nos cerca, as metas e compromissos nos atropelam, as contas chegam sem piedade, problemas de saúde surgem sem pedir licença e cabe a nós como vamos decidir encarar tudo isso, se desesperados, nos perdendo, perdendo a paciência, a educação, o sono, a fome, abrindo mão da sanidade ou se vamos ser co-responsáveis pela realidade que queremos transformar, se iremos refletir, nos recolher, pensar e buscar uma solução que nos leve a paz e a homeostase novamente. Cabe a nós decidirmos como iremos agir diante das situações que surgem, não é? Elas estão aí e devem ser enfrentadas, nós é que precisamos decidir como as enfrentaremos: se o faremos nos fortalecendo e em busca da paz ou nos desesperando e vivenciando o desespero.
Todos nós precisamos de um momento nosso, só nosso, em meio ao nosso caos diário. Qual é seu momento de paz? Seu cantinho de auto-acolhimento? Pode ser uma leitura, pode ser uma meditação, uma ioga, uma aventura culinária, um momento de fé (não importa sua religião), um tempo escutando uma boa música, um banho demorado, enfim… qual é seu momento de desconectar da loucura diária que vivemos?
Se você não pensou em um momento desse, descubra um, escolha um que você goste e que te traga momentos de paz, de desligar e desconectar com os problemas do dia-a-dia. Não deixe de buscar esse momento, afinal, precisamos nos recarregar, precisamos estar bem para nós mesmos e para nossas batalhas individuais.
Pensei em escrever sobre a paz depois de refletir, a partir de um exemplo real, sobre como estar o tempo todo tenso, emendando um problema no outro, se desesperando com tudo, querendo soluções imediatas pode trazer sofrimento não só para quem não está em paz, mas sobretudo para quem convive com estas pessoas. O exemplo real: diante de um momento de desespero, frente a um problema real e grave que precisava ser reparado, a pessoa que estava em desespero, que não estava em paz e que pedia ajuda a um familiar (pronto a ajudar, disponível, dedicado, abnegado, cuidadoso) se enfurece quando o vê fazendo uma refeição (almoço) antes de começar a ajudar a solucionar o problema e grita com esta pessoa de modo a lhe magoar, tirar a paz e fazer com que a pessoa se desespere e interrompa a sua refeição. O desesperado não consegue esquecer o que fez, o tanto que magoou seu ente querido, como foi injusto e cruel e se culpa.
Não adianta se culpar, nada disso adianta mais. A pessoa já ficou magoada, a paz deixou de reinar ali naquele momento. (a tempo: hoje está tudo bem). Diante desse exemplo pensei e decidi propor que busquemos momentos de paz em nossos dias. Não, eles não impedirão os problemas de ocorrerem, as preocupações de surgirem, as decisões difíceis de serem tomadas, mas estes momentos nos ajudarão a buscar nosso equilíbrio antes das ações, diante dos problemas, durante o medo e a angústia.
“Ser zen é ser simplesmente quem somos e nada mais. É ser a respiração que respira em cada ação. É fazer meditação, sentar-se para uma parede, olhar para si mesmo. Encontrar suas várias faces, seus sorrisos, suas dores. É entregar-se ao desconhecido aspecto do vazio. Não ter medo do medo. Não se fazer ou, se o fizer, assim o perceber e voltar.
Ser zen é voltar para o não-saber, pois não sabemos quase nada. Não sabemos o começo, nem o meio, muito menos o fim. E tudo tem começo, meio e fim. (…)” Monja Coen
Desejo que cada um de vocês possa descobrir aquilo que te reconecta com a paz, que consiga buscar a paz e respirar com tranquilidade e relaxamento e possa, renovado, olhar para a vida que se nos apresenta e vivê-la com as maravilhas, problemas, dificuldades, alegrias e tristezas, mas sobretudo em paz e com paz.