É cada vez mais comum encontrarmos pessoas em restaurantes ou mesmo no ambiente familiar fazendo uso de aparelhos eletrônicos durante as refeições.
O correto é deixar o celular para depois. Eletrônicos causam distração e afetam a percepção da saciedade, trazendo o risco de consumo elevado de alimentos.
As afirmações são da nutricionista Ana Letícia de Mira, do Sistema Hapvida, que notou um crescimento no número de pessoas vítimas da obesidade. Pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de São Paulo (USP) apontou que o risco de obesidade é 45% maior entre os adolescentes cuja dieta é baseada em ultraprocessados.
“Grande parte dos meus pacientes estão acima do peso, principalmente crianças e adolescentes. A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior epidemia de saúde pública mundial”, relata Ana.
“A alimentação pouco saudável, a falta de atividade física e o consumo de álcool são as principais causas das doenças crônicas não transmissíveis”, alerta.
Entre as boas práticas, está a redução em itens como frituras e alimentos muito gordurosos. Ana também recomenda o consumo de frutas e alimentos cozidos ou crus.
Um hábito simples, o consumo de água, pode combater a obesidade. O ideal é ingerir de 30 a 35 ml de água por quilo de peso, diz Ana. Um indivíduo com o peso aproximado de 70 kg deve consumir cerca de 2,5 litros diariamente.
Beber água pouco antes da refeição diminui a ingestão de alimentos. Após as refeições, o ideal é esperar 20 minutos.
Também é bom não ter pressa. A refeição ingerida rapidamente amplia os riscos da obesidade, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão. Doenças como hipertensão arterial, dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2 são comuns em pessoas obesas.
A rotina em casa também pode influenciar. “Os familiares apresentam excesso de peso e, consequentemente, os filhos também desenvolvem o problema. O envolvimento da família melhora este quadro, principalmente entre crianças e adolescentes”, conta Ana.
O tratamento deve ser acompanhado por médicos e nutricionistas. “É importante evitar dietas restritivas, como eliminar alimentos, deixar de comer e fazer dietas da moda. Na adolescência, também há um grande risco do desenvolvimento de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia”, relata Ana.