O acompanhamento da saúde da criança com até dois anos de idade deve incluir a visão. O exame conhecido popularmente como “teste do olhinho” é uma das práticas recomendadas, segundo a oftalmologista pediátrica Karina Shimizu, do Sistema Hapvida.
Para Karina, os pais devem estar sempre atentos à saúde ocular das crianças. Diagnósticos precoces ajudam no tratamento, independentemente do tipo de doença. Muitas vezes, o baixo rendimento escolar está ligado a questões da visão.
Há alguns meses, a situação vivida pelo apresentador de TV Tiago Leifert e sua esposa Daiana Garbin chamou a atenção. O casal usou as redes sociais para contar que a filha Lua, de um ano e quatro meses de idade, tem retinoblastoma, que é um tumor nas células da retina. Essas células são responsáveis por levar informações ao cérebro para que a pessoa tenha consciência visual.
“A retinoblastoma apresenta uma incidência muito rara. Na média, há um caso a cada grupo de um milhão de crianças até quatro anos de idade. A idade média do diagnóstico se dá por volta de um ano e seis meses, o que reforça a importância do acompanhamento precoce”, afirma.
O teste do olhinho, feito pelo pediatra ainda no berçário, ajuda a detectar outras doenças oculares. Ele é conhecido também como teste do reflexo vermelho. É rápido e não dói.
“A cada seis meses, o teste deve ser repetido, até a criança completar dois anos de idade”, afirma Karina. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica recomenda, a partir dos dois anos, exames mais completos, como avaliação da refração e exame no fundo do olho.
Segundo ela, o teste do olhinho ajuda a detectar também patologias oculares que ocorrem com maior frequência entre as crianças. A lista inclui a catarata congênita e má formação intraocular.
Outro apontamento envolve as altas ametropias. Pacientes que necessitam de correções em altos graus desde o nascimento. O acompanhamento após os dois anos de idade é importante, quanto a eventuais elevações no número de graus. Termos oftalmológicos comuns a adultos, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, também envolvem bebês ou crianças em idade escolar.
Dificuldades na visão comumente afetam o cotidiano da criança. Também influenciam o rendimento escolar. Karina aponta que os pais podem ajudar monitorando o comportamento visual de seus filhos.
“Olhar muito de lado ou entortar a cabecinha são sinais de dificuldades. Note ainda se a criança acompanha e reconhece as pessoas”, conta.
Já a criança em idade escolar sinaliza dificuldades, por exemplo, quando se aproxima muito para enxergar objetos, televisão ou aparelhos eletrônicos. Eventual dificuldade no aprendizado também é outro sinal.
A consulta com o oftalmologista ajudará no diagnóstico visual. “O diagnóstico precoce é muito importante no tratamento”, ressalta Karina.