Há um anos vimos nossas vidas mudarem do dia para noite, em um momento planejávamos mais uma semana que entraria, nossos compromissos, objetivos, nossos planos, afazeres e em outro nos vimos ‘surpreendidos’ com a realidade que já nos rondava: Covid-19 contagiando demasiadamente, necessidade de cuidados, leitos hospitalares em falta, quarentena decretada, muito comércio fechado, apenas o que foi considerado serviço essencial funcionando, uso de máscara passou a ser obrigatório (Lei nº 14.019/2020), lavar as mãos nunca foi tão importante e carregar álcool em gel idem.
Deixamos os abraços, os beijos, os apertos de mão, aprendemos a falar com os olhos, a demonstrar afeto e saudade com a fala. Descobrimos que precisávamos mais que imaginávamos uns dos outros. Sempre fomos pessoas extremamente afetivas e amorosas, País tropical, do abraço, beijo, aperto de mão, do andar coladinho, somos um povo ‘caloroso’ e nos vimos afastados fisicamente uns dos outros. Sentimos.
Sentimos falta dos almoços de domingo, dos cafés com os amigos, dos happy hours, dos almoços com o pessoal do trabalho, das festas de aniversário, casamento, formaturas, do carnaval, da reunião de família para o Natal ou Reveillon.
Nosso financeiro sentiu! Foram e estão sendo golpes duros, a economia estagnada, o dinheiro circulando pouco, mesmo quem é considerado essencial está tendo dificuldade, pois muita gente está sem trabalhar, está sem conseguir gerar renda para se sustentar e aos seus familiares.
O tempo todo presenciamos discussões sobre quem tem razão ou quem não tem razão: este ou aquele político, enquanto o vírus se aproxima e contagia cada vez mais pessoas e pessoas próximas de nós. Começamos a sentir insegurança maior, pois começamos a perder pessoas próximas, conhecidas, estamos vendo pessoas cada vez mais jovens sofrerem com a doença.
Estamos isolados, nunca os aplicativos de mensagens foram tão importantes como agora, pois nos aproximam um pouquinho uns dos outros.
Com isso tudo, a ansiedade aumentou avassaladoramente entre a população. Todas estas mudanças, toda essa insegurança, isolamento, risco iminente de adoecer, medo de morrer deixou muita ansiedade, tensão e medo em nós todos.
A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. (Ana Regina GL Castillo).
São sintomas de ansiedade: respiração ofegante e falta de ar, palpitações e dores no peito, ala acelerada, sensação de tremor e vontade de roer as unhas, agitação de pernas e braços, tensão muscular, tontura e sensação de desmaio, enjoo e vômitos, irritabilidade, enxaquecas, boca seca, insônia, preocupação excessiva, dificuldade de concentração, nervosismo, medo constante, sensação de que pode-se perder o controle ou que algo ruim vai acontecer e desequilíbrio dos pensamentos.
Todos nós sentimos ansiedade em um momento ou outro, entretanto, quando isso passa a ser frequente, a nos causar muito sofrimento, quando nos prejudica a vida em diversos aspectos, é preciso que busquemos ajuda para lidar com ela e poder retomar a rotina de vida.
Além de buscarmos ajuda profissional, devemos lembrar que este é o momento de nos ajudarmos, de nos escutarmos uns aos outros, de nos apoiarmos, de formamos uma corrente solidária e amorosa. Fica menos difícil passar pelas adversidades que surgem em nossas vidas se pudermos contar uns com os outros.
Encerro a coluna desta semana com um convite a reflexão: “Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade.” Dalai Lama
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