Quarta-feira, 10 de maio, é o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, um doença inflamatória, autoimune, que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
De acordo com o médico Luiz Carlos Torres, do Hospital de Heliópolis, o Lúpus é caracterizado por um desequilíbrio no sistema de defesa do organismo de algumas pessoas geneticamente predispostas a ter a doença, por terem outra pessoa na família que tenha algum tipo de doença autoimune como o Lúpus ou disfunção da tireoide. Esse desiquilíbrio é caracterizado pela produção de anticorpos que em vez de proteger passam a atacar o próprio organismo da pessoa.
O Lúpus não é hereditário mas uma doença que tem um componente genético. A sua ocorrência é mais frequente entre as pessoas da mesma família. Porém, isso não significa que uma mãe que tenha a doença vá gerar necessariamente um filho com Lúpus.
Na rede pública hospitalar de São Paulo, em média duas pessoas por dia são internadas com o diagnóstico de Lúpus. Sendo uma doença crônica, não há cura para a doença. Mas as pessoas que a possuem podem viver normalmente, se cumprirem corretamente o tratamento, a base de medicamentos apropriados.
A maior incidência de Lúpus ocorre em pessoas entre 25 e 50 anos, a maioria das quais são mulheres. A explicação pode estar no hormônio feminino chamado estrogêneo, que funciona como fator desencadeante.
Sintomas e tratamento
De acordo com o médico Eduardo Borba, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o Lúpus pode afetar qualquer um dos órgãos do corpo, com maior incidência sobre quadros cutâneos ou articulares.
Em algumas pessoas, os sintomas, se manifestam por inflamações na pele, com manchas vermelhas, em geral no rosto, ou inflamação nos quadros articulares, que provocam dores e dificuldades de movimento semelhantes a uma artrose ou um reumatismo. Embora esses sejam os mais comuns, os pacientes podem apresentar outros sintomas que vão depender do órgão afetado.
O tratamento é feito por especialistas, como dermatologistas e reumatologistas, com base em medicamentos, que são administrados para que o paciente possa ter uma vida normal. Em geral, a dosagem é utilizada nos momentos em que os sintomas se manifestam. O controle do medicamento é extremamente importante para que os remédios não apresentem efeitos colaterais indesejados e para que a dosagem seja adequada e utilizada no menor espaço de tempo possível.
Exposição solar
As pessoas com problemas de pele devem evitar a exposição da luz ultravioleta do sol e usar constantemente protetores solares com fator de proteção acima de 30. A grande exposição ao sol é um agravante da doença que, piora, segundo Eduardo Borba, não só as lesões cutâneas mas todo o quadro inflamatório. As demais pessoas podem ter uma vida normal, dependendo do problema que apresenta, como, por exemplo, se for de origem renal, deverá controlar o uso do sal. No geral, a vida do paciente é normal, do ponto de vista do convívio social, gestação etc.