Nesta semana, o youtuber e influenciador digital Júlio Cocielo, 27 anos, se tornou réu acusado de racismo por causa de publicações feitas em suas redes sociais entre 2 de novembro de 2011 e 30 de junho de 2018.
A denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo foi aceita na terça-feira (8) pela juíza Cecilia Pinheiro de Fonseca, titular da 3ª Vara Criminal do Fórum Criminal da Barra Funda. Segundo a denúncia, a maioria das postagens foram feitas através do Twitter.
No dia 2 de novembro de 2010, Cocielo publicou o seguinte texto: “Porque o Kinder ovo é preto por fora e branco por dentro? Porque se ele fosse preto por dentro o brinquedinho seria rouba, KKK #maldade”. Em outra ocasião, três anos depois, escreveu: “nada contra os negros, tirando a melanina…” e “o Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.
Porém, um dos comentários de maior repercussão foi publicado em junho de 2018, nele Cocielo dizia que Kylian Mbappé, jogador de futebol francês, “conseguiria fazer arrastões top na praia”. Após receber muitas críticas pelos comentários e perder seguidores, o youtuber divulgou um vídeo pedindo desculpas.
O crime de racismo é imprescritível e prevê pena de 2 a 5 anos de prisão. Cocielo ainda não tem advogado constituído no processo e terá o prazo de 10 dias para apresentar defesa e possíveis testemunhas.
Além do processo criminal, o influenciador digital responde a uma ação civil pública no qual o Ministério Público cobra uma indenização de R$ 7,5 milhões. Cocielo disse à Justiça ser humorista e nega ter praticado racismo.