Mucad Ibrahim usava meias brancas, do tipo que têm detalhes na sola que impedem as crianças de escorregarem, quando foi carregado para fora da mesquita de Al-Noor, na sexta-feira. Os sapatos do menino ainda estavam na entrada do local, onde ele os deixou quando chegou para rezar com seu pai e seu irmão mais velho. Mucad tinha 3 anos e foi a vítima mais nova do massacre cometido pelo australiano Brenton Tarrant, que deixou 50 mortos em Christchurch.
Mucad nasceu na Nova Zelândia em uma família que havia fugido da Somália há mais de 20 anos. Ele era uma criança “que brincava bastante e muito sorridente”, descreve seu irmão Abdi. Quando o atirador começou os disparos na mesquita, Mucad, o pai e o irmão correram em direções diferentes.
Alguns corpos começaram a ser devolvidos neste domingo, 17, às famílias. Uma lista, ainda provisória, mostra que as vítimas tinham entre 3 e 77 anos e pelo menos quatro eram mulheres.
O governo do Paquistão confirmou a morte de nove paquistaneses no massacre e anunciou que homenageará um deles. “O Paquistão está orgulhoso de Mian Naeem Rashid que foi morto quando tentou se lançar sobre o terrorista supremacista branco. Sua coragem será honrada com uma condecoração nacional”, disse o primeiro-ministro Imran Khan em sua conta no Twitter.
Os corpos de várias vítimas ainda permanecem dentro das mesquitas para serem identificados, enquanto as famílias esperam para iniciar os rituais funerários muçulmanos, contrariando uma tradição religiosa de um sepultamento rápido. Segundo as autoridades locais, 34 pessoas estavam hospitalizadas neste domingo. (Com agências internacionais).