Dezoito milhões de reais. É este o valor da multa aplicada contra a Usina São José, de Rio das Pedras (SP), que segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), e diante de laudos emitidos após exames laboratoriais da água coletada tanto neste rio quanto no Ribeirão Tijuco Preto, foi a causadora de um dos maiores desastres naturais já registrados no rio Piracicaba – a incalculável mortandade de peixe que atingiu, também, o Tanquã, conhecido como Mini Pantanal Paulista.
O valor da infração foi conhecido nesta sexta-feira (19), numa coletiva de imprensa que reuniu o prefeito de Piracicaba (SP), Luciano Almeida, Mayla Fukishima, diretora-presidente em exercício pela Cetesb, o secretário Municipal de Ifraestrutura e Meio Ambiente, Ronaldo Delfini Cançado, o gerente da Agência Ambiental da Cetesb, Evandro Fischer, e o comandante do 5º Batalhão da PM Ambiental, tenente-coronel/PM Luís Augusto Satto.
Segundo Mayla, os exames feitos a partir da coleta da água do rio comprovaram que a usina deixou extravasar mel de cana e que a situação agravou-se mais ainda pela omissão da empresa em não comunicar a ocorrência, à Cetesb, e pelo fato de os peixes chegarem numa região que é unidade de conservação – no caso o Tanquã.
Luciano Almeida informou que está publicando, nesta sexta-feira, um decreto para criação do Pelotão do Rio, da Guarda Civil Municipal (GCM), em parceria com a Marinha do Brasil, para fiscalização permanente e monitoramento do rio.
Ele enfatizou que pediu, também, ao MP para que exija da empresa a repovoação do rio. “Seria um projeto que vai de 5 a 10 anos, soltando mais de 100 mil alevinos por ano”, destacou. “Estamos conversando, ainda, com o Governo Federal, para que possamos dar apoio às comunidades ribeirinhas que vivem da pesca e que, por causa da mortandade, não terá de onde tirar o sustento”, completou.