“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Teixeira de Andrade
Vivemos dias complicados: tudo é para agora, tudo é para hoje, não raras vezes escutamos ‘o tempo urge’ ou ‘precisa ser rápido’ ou ainda ‘não dá para esperar’… Isso é compreensível, pois as coisas estão mais rápidas, o advento e consagração da internet facilitou e agilizou muitas coisas, os prazos diminuíram em virtude disso, o mundo está cada dia mais dinâmico. Conseguimos levar o computador para casa e finalizarmos um trabalho, conseguimos usar o telefone para que possamos resolver alguns problemas em nosso tempo de ficar em casa, dentre outras coisas.
Isso é bom? Sim, não é ruim podermos resolver algumas coisas que são urgentes, finalizar um trabalho importante, nos confere uma sensação de `dever cumprido`, entretanto é preciso que pensemos no que isso significa para nós mesmos, para nosso emocional, nosso pessoal. Precisamos pensar que há tempo para soltarmos tantas obrigações urgentes fora do horário, deixarmos de pensar e de viver 24 horas por dia nossas obrigações e nosso trabalho. Precisamos pensar que há tempo para descansarmos, que precisa haver momentos para passarmos em família e com amigos, para descansarmos, para investirmos em nosso espiritual, é importante termos laser e sobretudo é importante aproveitarmos nossos momentos.
Parece assustador fazermos essas mudanças, não? Parece que `muito ficará pra trás`, ou que não seremos tão eficientes ou pode ser que tenhamos receio do que as pessoas irão pensar de nós, mas esse é o começo de mudanças significativas e positivas em nossas vidas.
Devemos ter em mente que o tempo passa rápido demais, que as coisas avolumam muito e que se não vivermos de acordo com o que desejamos e planejamos, pode ser que percamos tempo de ser feliz, tempo de ser pleno, tempo de ser família, tempo que não volta, oportunidades que se perdem.
“Enquanto todo mundo espera a cura do mal, e a loucura finge que isso tudo é normal, eu finjo ter paciência, e o mundo vai girando cada vez mais veloz, a gente espera do mundo e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência …” Lenine – Paciência
Que possamos olhar para nós mesmos, reconhecer o que nos atropela e faz mal, que possamos compreender o que precisamos mudar em nós mesmos e em nossa vida para termos mais qualidade de vida e sermos mais plenos. Temos nosso tempo, temos nosso momento de fazermos nossas mudanças pessoais para aumentarem nossa satisfação conosco mesmo, mas não só isso, fazemos mudanças para termos paz, para sermos mais felizes, para conseguirmos tempo para nós mesmos.
Respire, olhe para si mesmo, defina suas prioridades, pense no que gostaria de viver, quais batalhas quer lutar, quais relacionamentos quer manter, como quer sua rotina e sua vida e comece a se planejar e fazer modificações que te deixem mais e mais perto da vida almejada. Para isso é importante se conhecer bem, conhecer seus desejos, seus medos, a maneira como funciona, o que te assusta, o que te faz feliz. O auto-conhecimento é libertador.
Encerro com um convite a reflexão: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”.Sêneca
