O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Moraes, decidiu nesta quinta-feira (21) manter a validade do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada após audiência de três horas, durante a qual Cid esclareceu omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF).
Depoimento e continuidade das investigações
O depoimento foi conduzido pelo próprio Moraes, que homologou o acordo de colaboração. Após a audiência, o conteúdo foi encaminhado à PF para a complementação das investigações. A defesa de Cid confirmou que os benefícios do acordo foram mantidos, ressaltando que o militar prestou os esclarecimentos solicitados. O teor do depoimento, no entanto, permanece sigiloso.
Contradições no depoimento
Na última terça-feira (19), durante oitiva na PF, Mauro Cid negou ter participado ou ter conhecimento do plano golpista que, segundo investigações da Operação Contragolpe, tinha como objetivo assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com os investigadores, uma das reuniões relacionadas à suposta trama ocorreu em 12 de novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, em Brasília, com a presença de Mauro Cid. O militar, entretanto, refutou a acusação.
Acordo de delação e investigação
Cid firmou o acordo de delação com a PF no ano passado, comprometendo-se a colaborar com informações sobre fatos ocorridos durante o governo Bolsonaro, incluindo a venda de jóias sauditas e a fraude nos cartões de vacinação do ex-presidente. O militar é um dos 37 indiciados no inquérito que apura tentativas de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.