Ainda nos dias de hoje, não é raro escutarmos (atônitos) frases como: “Não vou ao Psicólogo, afinal, não sou maluco” ou ainda “Fico lá só conversando, isso não leva a nada”, dentre outras frases que denotam total desconhecimento acerca do Psicólogo e de seu trabalho.
A Psicologia, em linhas gerais, estuda interações das pessoas com seu meio ambiente (Harzem & Miles, 1978). Ela é muito conhecida como o estudo da mente, seria a ciência da vida mental e de sua inter-relação e implicações com o comportamento humano. A Psicologia se ocupa fundamentalmente do homem, busca entendê-lo e suas interações.
Entendemos que os homens agem sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas conseqüências de suas ações.
Frequentemente escutamos, vemos ou ainda vivenciamos situações de conflito e de difícil solução, dificuldades de relacionamento que tomam conta quase que integralmente da vida e do pensamento das pessoas, prejudicando-os, inclusive em seus trabalhos e em suas relações familiares.
Então, por que ir ao Psicólogo?
Porque ele é o profissional especializado no comportamento humano, no estudo das emoções, dos sentimentos, dos comportamentos que emitimos e das consequências que vivenciamos a partir de tais comportamentos.
Somos a somatória de nossos sentimentos, de nossos pensamentos, de nossas emoções, de nossos comportamentos e das consequências deles, mas não só isso, somos a somatória de nossa história de vida, dos valores familiares que nos foram passados, das tradições e da história de nossas famílias, somos fruto de nossas interações com nossos pais, tios, avós, familiares, amigos, professores, de nossos traumas, nossas dores, nossas decepções, nossos medos, nossas vergonhas, nossos fracassos, nossos orgulhos, nossos feitos e sucessos.
Tudo isto nos forma e completa o quadro de quem somos.
Todo esse ‘emaranhado’ complexo acima citado, forma o belíssimo ser humano que age e interage com os demais. Somos sempre muito diferentes em muitos aspectos e muito semelhantes em outros, mas nem sempre isso significa calmaria ou entendimento nos relacionamentos. Muitas vezes nossas semelhanças nos afastam e causam conflitos, outras vezes nossas diferenças o fazem.
Quantas vezes não nos pegamos insatisfeitos com o ‘emaranhado’ que somos, isto é, não nos orgulhamos de alguns sentimentos, ou de alguns comportamentos, ou ainda de alguns pensamentos que temos e isto nos deixa angustiados ou tristes.
Outras vezes ainda, nos vemos diante de decisões a serem tomadas, a caminhos a serem percorridos, a partir da escolha de uma rota e nos vemos perdidos, sem saber qual ‘estrada’ pegamos.
Estes e muitos outros exemplos consistem no porquê buscar o Psicólogo. Este é o profissional que irá fazer junto conosco uma avaliação e análise criteriosa de nós e de nosso ‘emaranhado de estimação’, possibilitando que nos conheçamos melhor e busquemos nós mesmos, com base em nós mesmos e não deixando de ser quem somos, a solução para nossos problemas e/ou conflitos.
Apesar de parecer uma conversa descompromissada, para muitos, não é, pois este é o profissional especialista em seres humanos e nos comportamentos humanos. Durante toda a sessão com o Psicólogo, por mais leve que esta pareça, muito estudo, muita teoria e muita dedicação em cima da alma, dos sentimentos e comportamentos humanos, sua história de vida e formação, estão permeando este momento.
A partir destas conversas, das reflexões que vão ocorrendo durante às sessões, vamos nos conhecendo melhor e ao nosso funcionamento emocional, psíquico e comportamental. Quanto mais nos conhecemos, quanto mais sabemos como e porquê nos sentimos e nos comportamos de determinada maneira, ficamos ‘livres’ para tomar nossas decisões e agirmos de forma consciente sobre as situações que vão se apresentando em nossa vida.
Como sabiamente pontuou o mestre B.F. Skinner, “O auto-conhecimento tem um valor especial para o próprio indivíduo. Uma pessoa que se ‘tornou consciente de si mesma’, por meio de perguntas que lhe foram feitas, está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento.”.
Isto quer dizer que somos nossos próprios problemas e nossas próprias soluções. De nada adianta fugirmos, mudarmos de emprego, de marido, de esposa, de banco, de amigos, de sócios, de funcionários se não nos conhecermos e soubermos onde falhamos, onde nós possibilitando o problema ou a não solução do mesmo. Se nos conhecermos, nos modificamos no sentido de solucionarmos os problemas que temos, nos modificamos, evoluindo e crescendo.
O auto-conhecimento que nos traz a Psicoterapia (atenção: PSICOTERAPIA é com PSICÓLOGO) é libertador e não nos ‘obriga’ mais a fugirmos dos problemas, pois encontramos em nós mesmos a solução para os mesmos.
Finalizo minha reflexão desta semana com a impactante frase de um Psicólogo Incrível: “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda.” Carl Jung