Na quinta-feira (23), a 3ª DCCIBER (Delegacia de Polícia Sobre Violação de Dispositivos Eletrônicos e Redes de Dados) da Polícia Civil de São Paulo realizou uma grande operação para combater um esquema criminoso de regularização de CNHs (Carteira Nacional de Habilitação). Este esquema envolvia a manipulação do sistema do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para resolver pendências em documentos de habilitação, infringindo a legalidade.
A investigação identificou 22 indivíduos suspeitos de atrair clientes com problemas nas CNHs. Este assédio ocorria frequentemente nas proximidades do Detran, oferecendo soluções rápidas e sem burocracia em troca de pagamentos que poderiam ultrapassar R$ 3 mil.
Os envolvidos no esquema, incluindo funcionários do Detran, trabalhavam na pesquisa e montagem de processos para dar aparência de regularidade antes de encaminhar os documentos para validação. A apuração revelou que os suspeitos tinham plena consciência da ilegalidade de suas ações e mantinham comunicação constante sobre o progresso dos procedimentos.
Algumas das CNHs regularizadas pertenciam a pessoas analfabetas, muitas delas vindas do estado de Minas Gerais. Para efetuar a regularização, documentos falsos como diplomas escolares ou comprovantes de residência eram utilizados para elaborar os processos administrativos. Esses procedimentos eram inseridos no sistema do Detran sem qualquer sinalização de irregularidade, usando senhas pessoais dos funcionários do órgão.
Além disso, o esquema promovia a aceleração dos processos de seus clientes, muitas vezes passando na frente de pessoas que buscavam a regularização da CNH de maneira legal.
Na operação, a Polícia Civil cumpriu 32 mandados de busca e apreensão e mandados de prisão em várias localidades de São Paulo. Os alvos incluíram servidores e ex-funcionários do Detran, advogados, despachantes e os chamados “zangões”, responsáveis por recrutar clientes para o esquema fraudulento.