Virou rotina ver o Palmeiras campeão na temporada 2020. Menos de 40 dias depois de conquistar a Copa Libertadores, o time de novo ergueu uma taça ao bater o Grêmio por 2 a 0 neste domingo, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, e garantir pela quarta vez o título da Copa do Brasil. Além do troféu no torneio nacional e na competição continental, a equipe ganhou o Campeonato Paulista. Uma tríplice coroa para ficar na história.
Daqui alguns anos, quando os palmeirenses do futuro lerem este texto ou buscarem informações, vão se lembrar de que o clube viveu uma temporada mágica em 2020. A geração atual do clube se consolida de vez em uma patamar raro. Somente uma vez na história o Palmeiras ganhou três títulos na mesma temporada. Em 1993, a equipe comemorou o Paulistão, o Torneio Rio-São Paulo e o Campeonato Brasileiro.
O Palmeiras da final da Copa Brasil foi superior ao time que atuou na decisão da Libertadores e no Mundial de Clubes da Fifa. A equipe evoluiu e está mais criativa, um sinal de que não se acomodou nem se cansou com a longa temporada. Um símbolo desse processo é o atacante Wesley. Após três meses fora por uma cirurgia no joelho esquerdo, o jogador de 21 anos voltou ao time e marcou gol na final.
Após a vitória palmeirense por 1 a 0 em Porto Alegre, o jogo começou em ritmo forte. O Grêmio abriu mão da necessidade de estudar o adversário ou de sentir como seria a final e logo foi para cima. A equipe quase conseguiu sair na frente com Pepê logo aos dois minutos. O Palmeiras conseguiu conter o ímpeto inicial do adversário e ao equilibrar as ações, mostrou como seria a característica da decisão.
A partida teve intensa participação dos laterais. Foi um confronto aberto. O Palmeiras logo conseguiu se impor, quase fez com Rony e teve um gol anulado por impedimento. A equipe alviverde trocava passes como não se sentisse ansioso pelo título e demonstrava um variado repertório para atacar Paulo Victor. Chutes de fora da área eram perigosos, enquanto o Grêmio não manteve o ímpeto durante todo o primeiro tempo.
Fora uma cabeçada de Diego Souza, o time gaúcho se complicava a cada minuto. Era difícil se impor, mas se tornava necessário se arriscar mais para conseguir o resultado, mesmo que isso desse ao Palmeiras a confortável opção de contra-atacar. A final começou a se definir justamente em uma jogada do tipo. Raphael Veiga armou e serviu para Wesley marcar, aos sete minutos do segundo tempo.
A partir de então, o placar agregado por 2 a 0 deixou tudo mais confortável. O Palmeiras, um time de garotos, jogou como veterano. As troca de passes para administrar o jogo deixavam o Grêmio ainda mais acuado. No desespero, a equipe gaúcha chegou a tirar zagueiro para se encher de atacantes. Enquanto isso, a equipe alviverde esperava a hora do bote final.
A chance veio aos 39 minutos, em um gol que encerrou a temporada, confirmou o título e resume a força do Palmeiras. Em um veloz contra-ataque, coube a uma revelação das categorias de base marcar de novo. Gabriel Menino chutou cruzado, fez 2 a 0 e deu à torcida mais uma alegria na temporada. E o melhor de tudo é o palmeirense ter a certeza de esse jovem time tem apetite de sobra para garantir mais taças.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 x 0 GRÊMIO
PALMEIRAS – Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Alan Empereur e Matías Viña; Felipe Melo, Zé Rafael (Patrick de Paula) e Raphael Veiga (Mayke); Rony, Wesley (Gabriel Menino) e Luiz Adriano (Willian). Técnico: Abel Ferreira.
GRÊMIO – Paulo Victor; Vanderson (Victor Ferraz), Paulo Miranda, Kannemann (Churín) e Diogo Barbosa; Maicon e Matheus Henrique; Thaciano (Jean Pyerre), Alisson (Guilherme Azevedo) e Pepê (Ferreira); Diego Souza. Técnico: Renato Gaúcho.
GOLS – Wesley, aos 7, e Gabriel Menino, aos 39 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Zé Rafael e Mayke (Palmeiras); Paulo Miranda, Kannemann, Esteves e Marcos Rocha (Grêmio).
ÁRBITRO – Bruno Arleu Araújo (Fifa/RJ).
RENDA E PÚBLICO – Jogo com portões fechados.
LOCAL – Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP).