Normalmente, um empate não ajuda muito as duas equipes. Mas o desta quarta-feira entre Corinthians e Palmeiras, por 2 a 2, pela segunda rodada do Paulistão, não foi ruim para os rivais, pelas circunstâncias da partida, esvaziada por inúmeros problemas que precederam o jogo.
Ninguém esperava muito do clássico, tantos eram os aspectos negativos. O Corinthians perdeu vários titulares por causa da covid-19, teve de escalar jogadores, como o goleiro Matheus Donelli, que nem estavam cotados para ficar no clube, e vinha sob a pressão de não ter vencido os seus últimos cinco compromissos. O Palmeiras está com a cabeça na final da Copa do Brasil e escalou um time reserva – que ao menos tem jogadores como Scarpa, Willian e Lucas Lima.
Para piorar, o jogo começou sob forte chuva, que com o passar do primeiro tempo, se transformou em temporal, criando poças d’água no gramado do estádio do Corinthians, o que faz a bola parar, os jogadores escorregarem e o compromete o nível técnico do jogo.
Mas o clássico até que foi agradável. Os times tiveram o mérito de procurar o ataque na maior parte do tempo, não se inibiram com a limitações e fizeram um jogo movimentado. Houve várias chances de gol. Apesar da forte disputa, a primeira falta só aconteceu com 17 minutos. E algo que fica marcado na carreira de seus protagonistas, dois jogadores marcaram os primeiros gols como profissionais por seus times no clássico: Gabriel Silva e Rodrigo Varanda.
Mais bem organizado, o Palmeiras abriu 2 a 0 com facilidade em 25 minutos. Fez o primeiro com Lucas Lima, após driblar Gil e bater cruzado na saída de Donelli, e o segundo em contra-ataque bem aproveitado por Gabriel Silva. Detalhe: os dois gols saíram após erros de passe dos corintianos. “Fico muito feliz pelo meu primeiro gol no profissional, venho entrando bastante e hoje consegui o gol”, comemorou Gabriel Silva.
Aí a chuva virou dilúvio e o Corinthians equilibrou o jogo. E conseguiu empatar após uma bola alçada na área, que sobrou para Mateus Vital marcar. Isso deu novo ânimo ao Corinthians, que chegou ao empate logo aos 2 minutos da etapa final, também em contra-ataque. Vital cruzou e Rodrigo Varanda, em seu segundo jogo pelo time de cima, levou a melhor sobre Renan e bateu na saída de Vinícius Silvestre.
Chegar ao empate deu mais confiança ao Corinthians, enquanto o Palmeiras caiu de rendimento em relação ao primeiro tempo. Com isso, o time alvinegro passou a ter um volume de jogo maior na partida, criou alguma chances, mas sem chegar ao terceiro gol. Abel Ferreira percebeu, fez algum as mudanças e o Palmeiras voltou a equilibrar a partida, teve assustou o Corinthians e deu trabalho ao bom goleiro Matheus Donelli.
No final da partida, uma falta de Fabinho em Lucas Piton gerou um empurra-empurra entre os jogadores, mas a árbitra Edina Batista se impôs e controlou a situação. Edina, aliás, também foi destaque. Primeira mulher a apitar o maior clássico do futebol paulista e um dos maiores do País, teve uma atuação segura, firme, técnica e disciplinarmente.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 2 x 2 PALMEIRAS
CORINTHIANS – Gabriel Donelli; Bruno Méndez, Jemerson, Gil e Lucas Piton; Cantillo (Xavier), Roni, Cazares (Otero), Mateus Vital (Antony) e Rodrigo Varanda (Luan); Jô. Técnico: Vagner Mancini.
PALMEIRAS – Vinícius Silvestre; Gabriel Menino (Fabinho), Luan, Renan e Esteves; Danilo, Gustavo Scarpa (Geovani) e Lucas Lima (Vítor Luís); Breno Lopes, Willian (Gustavo Garcia) e Gabriel Silva (Papagaio). Técnico: Abel Ferreira.
GOLS – Lucas Lima, aos 4, Gabriel Silva, aos 25, e Mateus Vital, aos 35 minutos do primeiro tempo. Rodrigo Varanda, aos 2 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRA – Edina Alves Batista (Fifa).
CARTÕES AMARELOS – Otero, Xavier, Fabinho e Renan.
LOCAL – Neo Química Arena, em São Paulo.