A Polícia Civil prendeu dez pessoas foragidas da Justiça desde o início das atividades do Grande Prêmio de São Paulo (SP) de Fórmula 1, que acontece no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.
Todos os detidos eram alvo de ordem judicial de prisão, em virtude de condenação ou decisão cautelar, pelo cometimento de crimes de diferentes naturezas, entre eles roubo e pedofilia.
As prisões aconteceram a partir da aplicação do programa Muralha Paulista, que identificou a presença dos procurados entre o público, graças ao compartilhamento de dados ajustado entre a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a organização do evento.
O sistema, implantado no estado de São Paulo pela SSP em jogos esportivos, é testado pela primeira vez em um grande evento internacional.
“É uma ação da área de inteligência policial com a finalidade de deixar o local do evento mais seguro, impedindo o acesso de pessoas que possam comprometer a ordem pública. Os eventos passam a contar com tecnologia de ponta e parceria entre o setor privado e público, sem nenhum custo de implantação para o estado”, explicou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Para o GP de Fórmula 1, houve a colaboração da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para o compartilhamento e uso da base de dados para identificar pendências criminais envolvendo o público estrangeiro. Até o momento, todas as detenções realizadas foram de brasileiros.
“É uma aproximação que visa impor um regime de controle de acesso efetivo inclusive ao público estrangeiro, presente nesse tipo de evento. Para que seja sistematizado, ainda dependemos de alguns ajustes formais e operacionais com a Polícia Federal, que já demonstrou grande interesse pela iniciativa”, disse o chefe da Assessoria Policial Militar da SSP, coronel Pedro Luis de Souza Lopes.
O programa Muralha Paulista funciona a partir da integração do sistema de segurança pública ao banco de dados da organização do evento, onde algoritmos desenvolvidos por meio de inteligência artificial analisam em tempo real as informações cadastrais do público comparecente e gera alertas para o efetivo policial empregado no evento, de acordo com o tipo de restrição constatada.
O sistema funciona de forma automatizada desde o momento da compra do ingresso, por exemplo, fazendo a verificação em diversas bases de dados estaduais e federais, como o Córtex, que é uma ferramenta de vigilância e controle compartilhada com o estado de São Paulo pelo Governo Federal por meio de Termo de Cooperação assinado em março deste ano.