Foi adiado, pela segunda vez, na manhã desta quinta-feira (19), o julgamento do policial militar Leandro Henrique Pereira, acusado de matar duas pessoas e ferir outras três, durante um show sertanejo em Piracicaba (SP), em novembro de 2020.
O adiamento aconteceu no plenário do Júri, em Piracicaba, após desentendimento entre a defesa do réu, juiz e promotoria de Justiça. A primeira vez em que o julgamento foi adiado, conforme divulgado na ocasião pelo Rápido No Ar, foi em 6 de junho deste ano.
Na ocasião, o advogado do réu, Mauro Ribas, alegou que a Promotoria teria citado coisas que não estariam no processo. Neste dia, houve um bate-boca acalorado e foi decidido pela suspensão do Júri tendo o réu sido levado de volta a São Paulo, onde ele permanece recolhido no presídio Romão Gomes.
Nesta quinta-feira, o réu chegou ao Fórum às 8h10, numa viatura da Polícia Militar, o Júri teve início às 9h e por volta das 10h10, após novo desentendimento entre defesa do acusado, promotor e juiz. houve o cancelamento.
O advogado do PM, Mauro Ribas, disse à equipe do Rápido No Ar que o juiz, quando abriu a sessão, falou que ninguém poderia gravá-la, utilizando de argumentos do Código Penal e a defesa do réu falou que, em razão do acontecido no último fato, gravaria o áudio e juntaria no processo, o que é garantido pela Lei.
“Porém, o juiz falou que não ia prosseguir o julgamento e tomaria as providências cabíveis. Começou uma discussão, o promotor começou a provocar a defesa, não sei por que até agora, houve alteração entre as partes e o julgamento foi suspenso devendo ser resignada uma nova data. A defesa estava aqui para fazer o julgamento, para contestar as provas, e comprovar a inocência do Leandro, mas, aparentemente, para a defesa, o que o juízo de Piracicaba junto com o promotor querem é manter o Leandro preso indiscriminadamente”, acrescentou o advogado.
O promotor de Justiça Aluisio Antonio Maciel Neto disse que mais uma vez “lamenta o adiamento do julgamento pelo comportamento desrespeitoso dos advogados perante o Poder Judiciário, tão logo a sessão de julgamento foi instalada. Não me pronunciarei sobre o ocorrido, pois os fatos estão devidamente relatados no processo, foram filmados oficialmente pelo Poder Judiciário e testemunhados por diversas pessoas que assistiam ao julgamento”, declarou.
“No mais, aguardo a oportunidade de conseguir a realização desse julgamento, em respeito aos familiares das vítimas, que são as pessoas que sofrem com a ausência de resposta do Estado a crimes tão bárbaros e covardes. Deixo, por fim, minha solidariedade aos pais da vítima Leonardo Victor Cardoso, aos pais da vítima Heloise Magalhães Capatto, e às vítimas sobreviventes que são pessoas que sofrem diariamente as consequências destes crimes e que não merecem passar por isso, completou.
O PM acusado do duplo homicídio mais as tentativas está recolhido no presídio Romão Gomes, em São Paulo.