Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram há pouco, no Palácio do Planalto, que teriam fechado acordo com entidades representantes dos caminhoneiros para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias. Por outro lado, fontes do Rápido no Ar que estão participando diretamente da greve afirmam que a paralisação não será suspensa e os caminhões não irão rodar nas rodovias – “Nós não aceitamos nenhuma proposta. A greve não acabou e os caminhoneiros não vão rodar” – afirmou um caminhoneiro de Limeira que está parado em Minas Gerais.
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Para não interferir na política de preços da Petrobras e ao mesmo tempo garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda) informou que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a cada 30 dias, que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal adotaria e o efetivamente adotado.
“O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do diesel) é por 15 dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços continua preservada até a porta da refinaria”, assegurou Guardia. O acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do desconto de 10% no diesel por 30 dias. Ontem, a Petrobras anunciou a medida por 15 dias, que será bancada pela estatal. A União se compromete a pagar uma compensação financeira à Petrobras pelos outros 15 dias acordados para “garantir a autonomia” da estatal.
Segundo Guardia, a partir do segundo mês, a União arcará com o valor entre o preço que a Petrobras adotaria e o adotado. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o reajuste no preço do diesel a cada 30 dias está garantido “pelo menos até o fim do ano”.
Logo após a reunião acabar, foi convocada uma coletiva de imprensa com os ministros Eliseu Padilha, Carlos Marun, Valter Casimiro (Transportes) e Eduardo Guardia e também com os representantes das entidades dos caminhoneiros que firmaram o acordo. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não assinaram o documento
Veja alguns pontos do acordo:
– Preço do diesel será reduzido em 10% e ficará fixo por 30 dias. O valor ficará fixo em R$ 2,10 nas refinarias pelo período
– Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em $ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação para a petrolífera.
– A cada 30 dias, o preço do combustível será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de cargas
– Tabela de frete será reeditada a cada três meses
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas
– Entidades e governo terão reuniões periódicas
– Petrobras irá contratar caminhoneiros autônomos como terceirizados para prestação de serviços