Uma demissão não é, necessariamente, um ponto final na carreira. Atitudes otimistas não apenas auxiliam no equilíbrio emocional como também podem ser muito úteis na busca pelo retorno ao mercado de trabalho, mas infelizmente, fazem parte do cotidiano de uma minoria. É o que aponta o estudo “Impactos do Desemprego: saúde, relacionamentos e estado emocional”. O estudo, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), ouviu centenas de brasileiros desempregados em várias capitais do país. Pessoas de ambos os gêneros e de todas as classes sociais estão entre os 13 milhões de desempregados contabilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números da pesquisa mostram que apenas três em cada dez entrevistados estão com sentimento de confiança de que coisas boas irão acontecer e mais otimistas do que eram antes de estarem desempregados. Por outro lado, 54% passaram a ser mais esperançosos com a vida quando perderam seus empregos. Apesar de corresponderem a uma minoria, essas atitudes diante da demissão são as mais indicadas pelos especialistas em Recursos Humanos. Lidar com um desligamento enxergando os aspectos positivos que podem se originar nesse momento delicado é a forma mais rápida de recuperar a energia emocional demandada nessa situação e focar nos próximos objetivos dentro da trajetória profissional.
[sg_popup id=”3″ event=”onload”][/sg_popup]
Porém, otimismo de forma alguma pode se tornar sinônimo de conformismo. “A estagnação profissional é a maior ruptura que uma carreira pode ter”, afirma Bruno Cunha, Headhunter e Master Coach de Carreira da Pontus Consultoria em RH. Para Cunha, essa característica, que já é prejudicial para quem está empregado porque limita o crescimento e diminui as possibilidades, é ainda mais indesejada para quem busca uma reinserção no mercado de trabalho. “Muitas vezes o profissional, principalmente no início de sua experiência, traça metas e objetivos ambiciosos para sua carreira, mas em alguma fase da jornada, acaba se acomodando longe da posição que julgou ideal para si”, explica.
O impacto emocional de uma demissão é inevitável, mas a magnitude da consequência desse processo é totalmente controlável. Muitos profissionais, por raiva, angústia e frustração, acabam anulando possibilidades futuras e manchando o próprio histórico ao fazer queixas contra o ex-empregador nas redes sociais, por exemplo. Em outros casos, encaram o tempo subsequente à demissão como um período de férias não planejadas e demoram tempo demais para começarem a esboçar uma reação.
Então o primeiro passo é sempre a reflexão: o que causou a demissão? Se não foi apenas um corte de gastos ou uma manobra de controle financeiro da empresa, qual é a característica que está prejudicando o andamento da carreira? O que pode ser feito a partir dessa constatação?
Antes de sair às pressas tentando conseguir um novo emprego a qualquer custo, correndo o risco de agarrar uma oportunidade muito aquém da que o profissional de fato seria capaz de alcançar, uma reavaliação do planejamento de carreira é fundamental. Para isso, é importante considerar fazer um mapeamento de competências e um bom serviço de coaching profissional através de uma consultoria de recursos humanos. Estar aberto para receber os ensinamentos e apreender parte da vivência dos especialistas que lidam com as rotinas do mercado de trabalho diariamente é estar vários passos à frente na corrida em busca da recolocação profissional.
“Quando recebemos, presencialmente e online, pessoas em busca de recolocação, desenvolvimento profissional e transição de carreira, a primeira orientação é sempre para tentarmos descobrir juntos qual é o obstáculo que está impedindo o êxito. A partir daí podemos começar a trabalhar nas áreas que estão deficitárias, para maximizar as competências e construir um planejamento de carreira mais sólido e consistente a partir de uma situação de desemprego”, explica Cunha.