Em 1980, o Brasil ainda vivia tempos de Fusca, Kombi e Corcel. Foi nesse cenário que a Fiat ousou e lançou o Panorama, sua primeira perua compacta no país. O modelo, que este mês completa 45 anos de história, foi muito mais que um carro: foi companhia de famílias em viagens inesquecíveis, ferramenta de trabalho de pequenos comerciantes e um marco da engenharia italiana adaptada ao gosto do brasileiro.
Derivado do Fiat 147, o Panorama chegou com um visual que logo chamou atenção: teto elevado na parte traseira, amplo vidro traseiro e um porta-malas que, com o banco rebatido, virava praticamente uma “caçamba”: 1.440 litros de capacidade. Tudo isso sem abrir mão da economia, praticidade e robustez.
Com motor 1.3 e até 62 cv de potência, a perua não era veloz, mas era confiável. Seus traços retos, o painel analógico simples e funcional e até mesmo o cheiro característico do interior fazem parte da memória afetiva de quem cresceu nos anos 80. E quem nunca viu um Panorama carregado até o teto em uma estrada de férias ou levando materiais de feira em bairros movimentados?
Em 1983, o modelo ganhou visual renovado com a chegada da linha Spazio. Para-choques envolventes, novas versões de acabamento e câmbio de cinco marchas marcaram sua segunda fase. Mas foi em 1986 que o Panorama se despediu, abrindo espaço para a Elba. Ainda assim, seu legado ficou: abriu caminho para clássicos como a Palio Weekend, Tempra SW e Marea Weekend.
Hoje, colecionadores e apaixonados por carros antigos mantêm o Panorama vivo. Relembrá-lo é voltar no tempo para uma época em que as peruas reinavam nas garagens, nas ruas e nos corações.