Representantes da Prefeitura de Limeira reuniram-se ontem (11) com técnicos da Diretoria Regional de Saúde (DRS) e da Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen) para discutir as ações adotadas em relação à febre maculosa no município. O encontro ocorreu na sede da Secretaria de Saúde e contou com a presença do secretário municipal de Meio Ambiente e Agricultura, Paulo Trigo, além de diretores das pastas de Saúde, Obras e Serviços Públicos e Segurança Pública e Defesa Civil.
Renata Caporalle Mayo, diretora da Sucen/Campinas, afirmou que a febre maculosa é uma doença endêmica na região, com ocorrências em Americana, Paulínia, Limeira, entre outros. Nos últimos anos, Renata observou que houve um “salto” reprodutivo das capivaras, animais que participam do ciclo da febre maculosa por serem os principais hospedeiros da bactéria do gênero Rickettsia – causadora da doença. “A presença desses animais é amplificadora da bactéria”, disse.
A técnica da Sucen também destacou que apenas uma pequena quantidade de carrapatos está contaminada com a Rickettsia. Porém, ela salientou a importância da adoção de medidas preventivas, como corte frequente do mato nas áreas de risco e orientações aos moradores e aos profissionais de saúde.
Outra questão abordada na reunião foi o pedido de remoção de capivaras do Parque Ecológico do Jardim do Lago, solicitado por moradores. Renata frisou que a Sucen não recomenda a retirada dos animais, considerando-se a possibilidade de novos grupos de indivíduos ocuparem as lagoas e a ausência de registros de contaminação no local.
O diretor de Vigilância em Saúde, Alexandre Ferrari, fez uma explanação sobre as ações já empreendidas pela prefeitura. Ele citou que a Secretaria de Obras e Serviços Públicos realizou o corte do mato e pulverização das áreas de risco, enquanto a Secretaria de Comunicação Social mantém uma ampla campanha educativa sobre o tema. “A Secretaria de Saúde promoveu capacitação sobre a Febre Maculosa a profissionais da rede pública e privada para realizar, entre outros, o diagnóstico diferenciado”, disse.
Ferrari também informou que a prefeitura planeja o reforço do cercamento no Parque Ecológico do Jardim do Lago e que também estuda a implementação de uma cerca em área verde do Parque Abílio Pedro – local de provável infecção de quatro, dos cinco casos da doença confirmados neste ano no município.
O secretário de Meio Ambiente e Agricultura, Paulo Trigo, complementou informando que todas as áreas de risco receberam placas alertando sobre o risco do carrapato estrela. Quanto ao Abílio Pedro, Trigo esclareceu que o local é cortado por córregos que servem de “corredor” de deslocamento para as capivaras. Ele ressaltou que a área também apresenta circulação de moradores, cães e cavalos.
Segundo Ferrari, o encontro foi produtivo e serviu para a “troca de experiências” sobre o tema. “As técnicas da Sucen e da DRS aprovaram as ações de prevenção implementadas pelo município até o momento”. Também estiveram presentes à reunião, a chefe da Divisão de Zoonoses, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, o veterinário Hilton Lang, o diretor de Serviços Públicos, José Gabriel Borges Soares, e o diretor operacional da Guarda Civil Municipal, Tarcísio Allegri. Por parte do governo estadual, compareceram: Gláucia Perecin (Grupo de Vigilância Epidemiológica/Piracicaba) e Maria José Alves (Sucen/Campinas).