“Chegará um momento em que o silêncio será considerado traição.” Martin Luther King
Empatia, solidariedade, luta, igualdade, respeito, valorização, vida!
Não podemos mais nos omitir, não podemos mais deixarmos de ser solidários, empáticos, de respeitarmos e de valorizarmos a vida. Toda a vida importa muito. Vidas negras importam demais. Já passa e muito da hora de vermos toda a vida como importante, todo ser humano da mesma forma e não mais segregando, separando e dando importância a partir da cor da pele.
Em meio à pandemia, a um momento crítico no mundo inteiro e que afeta todos nós, que arrisca todas a vidas, que impacta economias em âmbito mundial, assistimos atônitos uma morte integralmente filmada de um negro, suspeito de estar com uma nota falsa de vinte dólares por policiais norte-americanos. Por mais que ele dissesse e suplicasse “Não consigo respirar”, ninguém se moveu e a vida dele cessou ali, uma possível nota falsa, um homem negro, policiais brancos, uma morte cruel.
Aqui no Brasil, um garoto negro de 14 anos foi morto dentro de casa, com um tiro na barriga, pela PM carioca em uma operação no Complexo do Salgueiro, onde morava. Adolescente negro. A família do adolescente só conseguiu localizar o corpo dele 17 horas após sua morte.
Como se não bastassem esses fatos para nos chocarem e nos fazerem refletir sobre o sofrimento dos negros ao longo da história no Brasil e no mundo, na última terça-feira (2) soubemos que em um edifício de luxo em Pernambuco, uma criança negra, Miguel, de 05 anos de idade morreu ao cair do nono andar do edifício em que estava, aos cuidados da patroa de sua mãe, que ‘não imaginou que a criança pudesse morrer sozinha procurando por sua mãe em um edifício que desconhecia’. E a mãe? Obedecendo a patroa branca: passeando com o cão da mesma.
Neste momento você pode estar pensando: eu me comovo e me choco com estas mortes, mas mesmo que as vítimas forem brancas. Mas não foram brancas e sim negras.
A população negra tem 2,7 mais chances de ser vítima de assassinato do que os brancos. É o que revela o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além disso, como se fosse pouco, a população negra enfrenta dia após dia o preconceito e o racismo estrutural presentes em nossa sociedade, tornando tudo e todos os problemas ainda mais difíceis.
E neste momento, muitos podem estar considerando: todos temos problemas e dificuldades, todos lidamos com injustiças e com pessoas ruins. Momentos delicados não são enfrentados apenas pelo negro. Exatamente, entretanto, quando falamos em ‘privilégio branco’, não falamos que o branco não tem problemas, mas significa que o tom da pele branca não é motivo que torna a vida ainda mais difícil.
Por isso é tão importante que possamos nos unir, que possamos ‘brigar’ por igualdade, para que a cor da pele não nos separe entre humanos brancos, humanos negros, humanos pardos, humanos orientais, humanos indígenas… A raça humana é uma só.
Quando escutamos: “Eu não sou racista”, precisamos conscientizar quem o diz que não ser racista não é uma qualidade, mas sim o mínimo esperado de um ser humano para com outro. Precisamos ser Anti-Racistas. Não podemos tolerar atitudes racistas, que nos separem e nos classifiquem como melhores ou piores apenas por nossa cor de pele.
Encerro com um convite a reflexão: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.” Nelson Mandela