O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), a suspensão por seis meses do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), por conta de um episódio de agressão ocorrido em abril de 2024. A punição, que contou com 318 votos favoráveis, evitou a cassação do deputado e a consequente perda de seus direitos políticos.
Glauber Braga foi denunciado por agredir o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), durante uma manifestação. Segundo o parlamentar, a reação ocorreu após Costenaro ofender sua mãe, que estava internada em estado grave na UTI à época. O caso gerou intensa repercussão e foi analisado pelo Conselho de Ética da Câmara, que recomendou a cassação por quebra de decoro.
A decisão final do plenário rejeitou a pena máxima, optando pela suspensão temporária. A medida foi proposta como alternativa pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e recebeu apoio de diferentes bancadas, como PSD, MDB e PP.
Durante a sessão, parlamentares destacaram o caráter pontual da infração e consideraram a cassação uma punição desproporcional. “Isso não é motivo de cassação”, afirmou Hildo Rocha (MDB-MA). Já Laura Carneiro (PSD-RJ), mesmo se declarando oposição a Glauber, disse que compreendia a reação diante das ofensas pessoais. Fausto Pinato (PP-SP) também defendeu a suspensão como medida mais equilibrada.
Por outro lado, o relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), reiterou seu posicionamento favorável à cassação, afirmando que o caso foi analisado com profundidade em todas as instâncias internas da Câmara.
Glauber critica processo e recebe apoio de aliados
Em discurso emocionado, Glauber Braga repudiou a tentativa de cassação, classificando o processo como uma “violência política”. “Calar o mandato de quem não se corrompeu é sim uma violência”, afirmou. O parlamentar recebeu apoio de colegas como Chico Alencar (PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que reforçaram que o caso não se comparava a outros episódios de quebra de decoro.
Na véspera da votação, Glauber ocupou simbolicamente a presidência da Câmara em protesto, sendo retirado por agentes da Polícia Legislativa. A ação aconteceu após o presidente da Casa, Hugo Motta, decidir incluir o processo no plenário junto com casos dos deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ).




