Há gente que costuma sempre chegar na hora nos compromissos. Contudo, quando o assunto é trabalho, o brasileiro, na média, não parece ser um dos povos mais pontuais. Um estudo da startup de controle de ponto online mywork chegou à conclusão que o trabalhador brasileiro costuma chegar na média 6 minutos e 32 segundos atrasado no trabalho. A startup levou em conta o horário de milhares de pontos batidos na sua plataforma para fazer sua análise.
Tímor Espallargas, CEO e fundador da startup diz que a culpa nem sempre é do colaborador: “A maioria dos trabalhadores depende de transporte público para chegar ao trabalho. Infelizmente esse meio de transporte é muito sujeito a atrasos e interrupções que podem afetar o horário de chegada do funcionário”.
A consequência desse atraso não é boa para ninguém. O funcionário que bate o ponto pode ter esses minutos descontados do seu salário se esse atraso ocorrer com frequência e não for compensado de outras formas. O dono do negócio ou gestor também acaba ficando na mão quando efetivamente precisava de um trabalhador à disposição. Isso é ainda mais visível no caso de serviços ao consumidor como restaurantes e lojas.
“A perda de produtividade do trabalhador brasileiro nos últimos anos é muito mais reflexo da crise financeira do país” diz Thomas Carlsen, COO e também fundador. “Contudo, quando fazemos uma comparação mundial, o atraso do funcionário brasileiro ao chegar ao trabalho pode ter sim um impacto no crescimento do país” complementa o executivo.
Segundo o estudo da startup, o atraso costuma ser ainda maior nas quintas e sextas-feiras em que se chega a 7 minutos e 54 segundos e 7 minutos e 18 segundos na média, respectivamente. “É difícil afirmar com certeza, mas é possível que isso se deva ao cansaço do trabalhador no final da semana” diz Tímor. O “happy hour” tradicional de quinta-feira pode ser um dos “vilões” dessa história.
Por outro lado, depois de descansar no fim de semana, o brasileiro costuma chegar adiantado no trabalho na segunda-feira. Na média, o trabalhador chega 3 minutos e 33 segundos adiantado
Para tentar resolver essa situação, algumas empresas têm optado por utilizar um sistema de banco de horas. Neste modelo, ao invés de pagar horas extras ou fazer deduções no salário, as horas acumuladas ou devidas podem ser compensadas em outros dias. É possível até tirar dias de folga ou estender um feriado ou férias caso o funcionário tenha trabalhado mais horas que o necessário: “Na medida do possível, dar uma flexibilidade para que o funcionário escolha seu horário de chegada e saída pode ser uma boa saída”, finaliza Thomas.