“Eu espero que ele pague pelo erro dele, de alguma maneira, porque foi uma vida perdida por pura imprudência. Mesmo as meninas pedindo para ele parar de correr, ele não deu ouvidos, não se preocupou com as vidas que estavam no carro dele”, dizia nesta terça-feira (9), ao Rápido No Ar, Sônia Regina Menezes, que em 7 de setembro de 2017 perdeu a filha Beatriz Menezes Vieira, na ocasião com 18 anos, sua única filha mulher, num trágico acidente de trânsito perto do Shopping Piracicaba.
Nesta quarta-feira (9), o réu irá a júri popular no Fórum de Piracicaba (SP), com início do julgamento às 9h. Por enquanto, ele responde em liberdade, mas, segundo o Promotor de Justiça Alexandre de Andrade Pereira, ele responde por homicídio doloso (no caso de Beatriz) e por duas tentativas de homicídio contra outras duas jovens – uma seria a namorada dele com quem ele fugiu do local.
Uma delas chegou a dizer, na ocasião, que Beatriz ficou agonizando embaixo do carro do réu e que ele fugiu do local do acidente sem, ao menos, acionar o socorro. Na época, Beatriz e uma amiga voltavam de uma festa de casamento, de carona com o réu e a namorada dele. Foi dito, para a polícia, que as vítimas estavam no banco de trás do carro dele – um VW Gol – e que quando ele passava por algumas ruas da cidade fazia manobras arriscadas.

Ao chegar num semáforo da Avenida Limeira, segundo a testemunha, ele freou bruscamente fazendo com que Beatriz e a amiga fossem lançadas à frente. Uma delas, segundo relatos da sobrevivente, chegou a adverti-lo sobre o excesso de velocidade, momento em que um Hyundai I30 emparelhou com o carro dele e o condutor do Hyundai ficou acelerando, como se o estivesse convidando para um racha.
Ele teria sido alertado sobre os riscos, mas continuado no racha. Pouco à frente, ele perdeu o controle da direção e o carro bateu, primeiro, num poste e na sequência numa árvore. Com o impacto, duas passageiras, entre elas Beatriz, foram projetadas para fora. Beatriz morreu no local.
O réu, que chegou a comparecer na delegacia acompanhado de advogado, dizendo que teria sido “fechado” no trânsito, só foi denunciado cinco anos depois porque, até 2020, três anos após o acidente fatal, o inquérito estava parado no 4º Distrito Policial.
Ele teve andamento depois que o delegado Fábio Rizzo de Toledo, ao assumir a chefia da delegacia, em fevereiro de 2020, deu prioridade e relatou o inquérito encaminhando para o Fórum.
Sônia Menezes irá acompanhar o julgamento e vestirá uma camiseta com a foto da filha falecida. “As vítimas somos nós mães, pais e irmãos que vivemos numa saudade sem fim”, declarou.




