O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo, assumiu a investigação sobre as ameaças de estupro e morte enviadas por e-mail a todas as deputadas mulheres da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). O inquérito é conduzido pela Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber), especializada em delitos praticados na internet.
As mensagens, recebidas em 31 de maio, continham ameaças graves, incluindo estupro corretivo e coletivo, feminicídio, maus tratos a animais, lesão corporal grave e uso de força armada para invasão da Alesp. Também apresentavam conteúdo abertamente misógino e racista. O conteúdo era direcionado a todas as parlamentares, embora nem todas tenham recebido o e-mail.
As parlamentares protocolaram uma notícia-crime no dia 2 de junho pedindo investigação urgente. O Deic só comunicou a abertura do inquérito mais de uma semana depois.
Suspeito foi identificado, mas nega autoria
A Polícia Civil já identificou o homem que teria assinado a mensagem, um suspeito de 28 anos. Ele alegou ser inocente e afirmou que seus dados teriam sido usados para incriminá-lo. O celular e o computador do investigado foram apreendidos para perícia.
A Secretaria de Segurança Pública informou que diligências estão em andamento, mas evitou divulgar mais detalhes para preservar o andamento das investigações.
Parlamentares cobram proteção
A deputada Andréa Werner (PSB), uma das quatro parlamentares citadas nominalmente no e-mail, afirmou que as deputadas seguem expostas e que, até o momento, não houve ações efetivas para protegê-las. “Nossa expectativa é que a Polícia chegue logo ao autor ou autores desse crime”, declarou em nota.
Segundo as deputadas, a Alesp se comprometeu a reforçar protocolos de segurança e está elaborando um relatório de vulnerabilidades. A Casa também acionou as polícias Militar e Civil. Ainda assim, nenhuma medida prática foi efetivada até agora.
A deputada Beth Sahão (PT) solicitou que a Polícia Federal também investigue o caso. A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo designou um promotor para acompanhar o inquérito.