O açougueiro Valdelício Santos, de 21 anos, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça após matar a namorada a facadas, em Guaíra, interior de São Paulo, deixou o hospital na tarde deste domingo, 2, e foi levado para a cadeia de Colina, também no interior. Ele estava internado desde a última terça-feira, 28, quando tentou se matar, após ter assassinado a jovem Adriele Sena, de 22 anos, com que vivia há dois meses. Conforme a Polícia Civil, nos próximos dias Valdelício será transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP).
O pai de Adriele, Douglas Aparecido Silva de Sena, contestou a informação divulgada inicialmente pela Polícia Civil de que o casal tentava se reconciliar quando aconteceu o crime. Segundo ele, a filha vinha apanhando do rapaz desde que foi morar com ele, mas não revelava à família o que se passava realmente. Só alguns dias antes do crime a filha o procurou e contou que vivia apanhando. “Ela falou que ele a esmurrou na cabeça e ela chegou a desmaiar e sangrar no nariz. Contou que, nos dois meses em que estavam juntos, ele a trancava em casa e a enforcou várias vezes”, disse.
Foi quando, segundo Sena, ele apoiou a decisão dela de romper o relacionamento e decidiram ir à casa dos pais do rapaz para comunicar a separação. Os pais não sabiam das agressões e deram razão à família de Adriele, mas o rapaz se negava a aceitar e pedia outra chance. Conforme Sena, em dado momento, Valdelício pediu para conversar com Adriele no quarto, mas ela se negou.
Os dois foram, então para a sala, e a jovem sentou-se no sofá, enquanto o rapaz foi até o quarto e, voltando, sentou-se ao lado dela. Foi nesse momento que ele empunhou a faca que levava escondida sob a roupa e a atacou. A família acudiu, mas a jovem se levantou e correu para fora, ensanguentada, caindo na calçada
Adriele foi levada a um pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos. O rapaz tentou se matar usando a mesma faca, mas também foi socorrido e sobreviveu. Ele vai responder por homicídio doloso, com as qualificadoras de feminicídio, motivo fútil e emprego de meio que dificultou a defesa da vítima. A reportagem tentou contato com familiares dele, mas não obteve retorno.
Conforme a Polícia Civil, ele continuava sem advogado constituído no inquérito. Adriele era judoca e participou de competições nacionais e internacionais, chegando a defender a seleção brasileira por quatro anos. Ela deixou uma filha de 4 anos.