A Justiça de Limeira (SP) agendou para o dia 16 de abril o Tribunal do Júri de M.R.C., que é acusado de matar a própria mãe em 2018, após agredi-la violentamente no imóvel onde ela residia, na Chácara Antonieta, em Limeira.
M. é acusado pelo Ministério Público (MP) de homicídio com qualificadoras: motivo fútil e feminicídio. No dia 3 de fevereiro daquele ano, por volta de 19h, matou sua própria mãe, Rosângela Aparecida de Moraes Camargo, que tinha sido submetida a cirurgia de transplante de rim.
A vítima já era tinha em seu desfavor medida protetiva expedida pela Justiça e, conforme a ordem judicial, M. era impedido de qualquer tentativa de contato com ela. No entanto, ele desobedeceu a proibição e permaneceu residindo na casa da mãe.
No dia do crime, ele iniciou uma discussão e golpeou Rosângela com chutes em seu abdômen, cabeça, braços e pernas, mesmo sabendo que ela tinha passado por procedimento cirúrgico de transplante de rim. De acordo com a acusação, as agressões somente cessaram quando a vítima ficou inconsciente.
A mulher foi encontrada por parentes somente no dia seguinte. Ela estava na cama, encharcada de sangue, toda molhada de urina e fezes. Após ser localizada, foi socorrida à Santa Casa onde permaneceu por uma semana e, posteriormente, foi transferida para a Unicamp por complicações. Ainda de acordo com a acusação, em razão das agressões, a vítima foi diagnosticada com politraumatismo em razão de espancamento e abdômen agudo perfurativo.
Ela precisou de cirurgia, teve perfuração do cólon, acidente vascular da jugular esquerda, insuficiência renal aguda grave e choque séptico. O óbito da vítima ocorreu no dia 19 de março daquele ano. De acordo com o MP, ciente dos problemas de saúde que acometiam a mãe, inclusive do transplante de rim, bem como em razão de, após as agressões, tê-la deixado inconsciente sobre uma cama sem os devidos cuidados médicos, M. assumiu o risco de produzir o resultado morte, pouco se importando com os resultados que sua conduta podia gerar, o que de fato aconteceu em razão das agressões sofridas em momento posterior.
Durante a fase policial, o réu relatou que sofria de transtorno obsessivo compulsivo e que perde o controle emocional facilmente, por isso fazia uso de remédios psiquiátricos. Disse também que sua mãe sofria de depressão e hepatite tipo C, hérnia de disco e passou por um transplante de rim. Quanto ao dia do crime, disse que foi ofendido pela genitora com palavra de baixo calão e, logo após, a chutou na barriga e também a empurrou. A vítima chegou a cair. Relatou ainda que estava arrependido e teria pedido perdão para ela após os fatos. Disse, também, que a machucou na região do braço.
Em juízo, o acusado disse estava dormindo, na data dos fatos, quando foi acordado pela vítima que o ofendia. Eles discutiram e o acusado agrediu a genitora, em “coisa de segundos”. A discussão continuou até o quarto da vítima e o réu a agrediu. Chutou a perna da vítima, deu um tapa no rosto dela e a agrediu na barriga. Ambos estavam nervosos no momento dos fatos, mas negou que a vítima o tenha agredido fisicamente. Voltou a afirmar que estava arrependido e nunca teve a intenção de matar a mãe.
Arrolado como testemunha, o policial militar que atendeu a ocorrência disse que, quando chegou no imóvel, encontrou o réu e a vítima, bem como o sobrinho da vítima, em frente à casa. Na ocasião, Rosângela chegou a mencionar que caíra de uma escada, mas os parentes disseram que isso era mentira e que o réu costumava agredir a vítima. M. acabou por confessar a prática do crime e, então, acabou preso em flagrante. De acordo com o policial, a mulher apresentava sinais de agressão em várias partes do corpo.
Após a violência, M. foi preso, formalmente denunciado pelo MP, se tornou réu, foi pronunciado e será julgado pelo Tribunal do Júri no dia 16 de abril, às 13h