“Penso em ficar só, mas minha natureza pede diálogo e afeto.” Lya Luft
O advento das redes sociais, o acesso ilimitado à internet, a facilidade das pessoas falarem aquilo que acham que devem e o que querem dizer, sem estar diante do outro, efetivamente nos trouxe à tona uma reflexão sobre uma dificuldade que já existia e apenas tornou-se clara: não escutamos o outro!
Quando acompanhamos tais ‘diálogos’ fica claro que quem fala não é compreendido e quem responde, muitas vezes, não se atenta a mensagem que foi passada, da mesma maneira ocorre nas relações sociais e de contato entre às pessoas.
A habilidade de escutar ao outro é muito diferente de ouvir o que é dito. Ouvir remete ao sentido da audição, é aquilo que o ouvido capta, já escutar é entender o que está sendo captado pela audição, mas além disso é compreender e processar a informação internamente.
Quando estamos em um diálogo, precisamos estar prontos a escutar o que nos está sendo dito, precisamos tentar entender a mensagem que quem está falando quer passar, para só então podermos responder o que nos foi dito.
Hoje, por diversas razões: pressa falta de empatia, vontade de estar sempre certo e ‘vencedor’ percebemos que os diálogos não fluem, pois, muitas vezes, as partes não estão disponíveis a escutar e responder, mas estão focadas em ouvir e já começar a elaborar uma resposta e, por vezes, falar ainda no meio do raciocínio do outro, transformando o que poderia ser um momento de troca de informação, entendimento, diversão em desentendimento, desconforto e discussão.
Orientais em sua sabedoria dizem que ‘o homem comum fala, o sábio escuta e o tolo discute’.
Escutar verdadeiramente o que é dito é de extrema importância, pois nos ajuda a compreender o que é dito, nos ajuda a entender como é dito, nos ajuda a conhecer melhor quem fala e, com certeza, nos ajuda a falar de forma eficaz, a responder de forma efetiva e a evitarmos que problemas ocorram a partir do que poderia ser uma ferramenta de entendimento.
Em um diálogo, uma conversa, ainda que uma discussão esteja pronto a escutar com calma e serenidade, procurando compreender tudo o que é dito. Elabore sua resposta a partir do que lhe foi dito, não mude o tema ou desvie a resposta, porque chegará a sua vez de falar e de se colocar e o outro te escutará, nestes casos, as chances de entendimento são muito maiores.
Encerro com um convite a reflexão de Dalai Lama: “A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância.”