O setor de serviços, o mais machucado pela crise provocada pela pandemia do coronavírus, registrou crescimento de 20,9% na capital paulista, a maior do País, ao longo do primeiro semestre comparativamente ao mesmo período do ano passado. É o que constatou a Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços na Cidade de São Paulo (PCSS), realizada pela FecomercioSP.
Este aumento, em valores, resultou em um faturamento de R$ 43,6 bilhões a mais que nos primeiros seis meses do ano passado, elevando o faturamento total do setor de serviços de janeiro a junho na capital paulista a R$ 252 bilhões.
O que chama a atenção é a difusão da recuperação para a maioria das atividades que compõem o setor de serviços. Segundo a PCSS da FecomercioSP, os segmentos que mais se destacaram foram os de agenciamento, corretagem e intermediação, com aumento de 26%; jurídicos, econômicos e técnico-administrativos, com alta de 22,1%; metodologia e comunicação, que registrou alta de 46,2%; representação, 22,3%; saúde, com ganho de 25,8%; Simples Nacional, com 24,4%; e técnico-científico, com elevação de 35,6% Na contramão, ficou apenas educação, com resultado negativo de 1,1%.
O levantamento também destaca a projeção de alta do setor, na segunda metade do ano, de 16,9% em relação a 2020, considerando-se as condições socioeconômicas do momento atual. Concretizando-se o aumento, representará um valor de aproximadamente R$ 297 bilhões.
Na segunda metade do ano, a recuperação entre os setores será acompanhada pelos ritmos da vacinação, da flexibilidade das atividades e da capacidade de reação da economia, principalmente nos planos fiscal, político e do mercado de trabalho.
Historicamente, dizem os técnicos da FecomercioSP, o segundo semestre costuma apontar resultados melhores que o primeiro. No entanto, a conjuntura atual ainda é de incertezas, com surgimento de novas variantes, inflação elevada – com efeitos na renda e na inadimplência – e, principalmente, com o risco de racionamento de energia, que já afeta os custos e as despesas das empresas, além de reduzir o poder de compra dos consumidores
“O turismo, por exemplo, é uma das atividades mais afetadas pelas incertezas quanto à pandemia. No primeiro semestre, o segmento de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados apresentou resultados negativos de 39,1%, em relação ao ano passado, e de 67,3%, quando comparado com 2019. Apesar da retomada de alguns eventos na cidade, a perspectiva é de que a recuperação continue lenta, motivada pela melhora da intenção de consumo das famílias, pelo aumento da flexibilização das medidas de restrição e, principalmente, pela volta dos eventos culturais e corporativos”, avaliam.
Melhor faturamento da série para o mês
A última PCSS mensal realizada apontou que, em junho, o faturamento do setor de serviços atingiu R$ 48,1 bilhões – o maior rendimento da série para o mês. Na comparação com 2020, o indicador avançou 26,1%, representando um valor superior nas receitas do setor de R$ 9,9 bilhões. No acumulado em 12 meses, houve alta de 12,4%.
Todos os grupos de atividades que compõem o indicador apontaram aumento no faturamento. Em destaque, os crescimentos mais expressivos foram observados nos segmentos de agenciamento, corretagem e intermediação (42%); jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (28%); mercadologia e comunicação (56,2%); saúde (34,6%); e técnico-científico (42,3%). A maior alta ficou por conta da atividade de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (114,2%).
É necessário considerar, porém, a base de comparação fragilizada, em razão da restrição de circulação de pessoas em meio ao isolamento social. A atividade registrou faturamento de R$ 167 milhões superior ao de junho de 2020, apesar do resultado negativo no ano, representando R$ 1 bilhão em termos absolutos.