O Ministério Público (MP) de Cordeirópolis (SP), por meio da promotora Aline Moraes, denunciou 37 pessoas acusadas de envolvimento com organização criminosa que atua fortemente no tráfico de drogas. A acusação é consequência da “Operação Sintonia” desencadeada pela Polícia Civil da cidade.
Trata-se de duas denúncias, uma delas com 28 pessoas e a outra, com mais 9 acusados. Entre as condenações pedidas pelo MP está associação para o tráfico e organização criminosa. Conforme a promotora, durante as investigações dos crimes, a Polícia Civil descobriu que, além da atuação no tráfico de drogas, o bando, que tem integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), recrutava adolescentes para as empreitadas criminosa, bem como fornecia armas para delitos praticados pelos menores. “Atuam como receptadores de produtos que são trocados por drogas e integram a organização criminosa PCC, com o objetivo de praticar diversos outros delitos, entre os quais homicídios e tribunais do crime”, apontou o MP.
Com prova, a promotora aponta exemplos de menores flagrados durante infrações. Ela cita que em 5 de março deste ano, dois homens, após serem surpreendidos pela prática de furto de uma loja comercial, confessaram ter trocado alguns objetos subtraídos por drogas no Pátio da Estação, na “Biqueira do Chocolate”. Além disso, no dia 30 de março, um adolescente, após cometer ato infracional de roubo, confessou aos agentes “Chocolate” havia lhe emprestado a arma de fogo para ser usada na empreitada criminosa. “Chocolate” é o apelido de um dos acusados, que, em outro processo, responde por tentativa de homicídio.
Além de anexar toda a estrutura da organização criminosa PCC, para exemplificar a organização dos cargos que a facção tem, a promotora comprova atuação dos denunciados com o tráfico de drogas por meio de transcrições de ligações interceptadas pelos policiais, com autorização judicial. Numa das conversas, inclusive com imagens, mostra um dos envolvidos picando pedras de crack. No outro telefone, o interlocutor pede para ele ir a determinado bar no final de semana que iria “bombar” a venda de pó (cocaína). Inclusive, nas transcrições telefônicas, os envolvidos tratam sobre o uso de menores na venda de entorpecentes.
A influência dos envolvidos com adolescentes rendeu, inclusive, a internação de nove adolescentes infratores no mês passado, após representação também feita pelo Ministério Público, por meio do promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua. Os adolescentes também foram identificados durante as operações policiais (veja a reportagem aqui).
As denúncias feitas pela promotora Aline Moraes estão na Vara Única de Cordeirópolis e, caso a Justiça aceite as acusações, as 37 pessoas se tornarão rés e poderão apresentar suas respectivas defesas.