A Boeing realizou neste sábado o voo inaugural de sua nova aeronave 777X, dando início às reformas esperadas na forma como os reguladores aprovam aeronaves, após dois acidentes fatais envolvendo os aviões 737 MAX. O primeiro 777X decolou de uma fábrica da Boeing ao norte de Seattle (EUA), depois que duas tentativas anteriores foram frustradas na semana passada por causa do mau tempo.
O 777X é uma atualização do modelo mais vendido 777, que voou pela primeira vez em 1995. O início de serviço da nova aeronave já está atrasado em relação ao cronograma inicial, devido a problemas técnicos, e agora possivelmente começará a realizar voos comerciais durante um período de desaceleração dos pedidos de aeronaves maiores, que já obrigou a Boeing a reduzir o ritmo de produção.
A Emirates Airline, com sede em Dubai, deve receber o primeiro 777X, mas a Boeing teve de adiar as entregas até o próximo ano, após problemas com os novos motores GE9X fabricados pela General Electric. O avião possui dois corredores e pode acomodar mais de 400 passageiros.
O prazo de entrega da nova aeronave depende de como os reguladores avançam com a certificação do 777X, que está sendo examinado – como o 737 MAX -, como derivado de um projeto existente e não de uma aeronave totalmente nova.
O executivo-chefe da Boeing, David Calhoun, disse nesta semana que a certificação deve mudar para todos os novos aviões, em meio à revisão em andamento do MAX. “O processo de certificação é novo e será aplicado a todos os próximos aviões, por isso temos muito o que fazer em torno do 777X, para garantir que possamos atender uma revisão e investigação realmente completas”, disse.
A incerteza sobre quando o 777X entrará em serviço coincide com um menor ritmo de entrada de novos pedidos. A Boeing tem pedidos firmes para 309 dos jatos, provenientes de nove clientes, 200 deles de companhias do Oriente Médio: Emirates, Qatar Airways e Etihad Airways.
A produção dos atuais 777 já foi reduzida para cerca de 3,5 por mês e pode ser reduzida ainda mais, à medida que a Boeing trabalha com a certificação 777X. A Boeing também está considerando um corte na produção mensal de sua aeronave de menor porte 787, de 12 para 14.