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Nem mesmo a forte chuva que atingiu Limeira na última sexta-feira (19), tirou o brilho da edição 2017 da Virada Cultural, que aconteceu no Parque Cidade no fim de semana (dias 20 e 21). A união de todas as secretarias da Prefeitura e da Secretaria da Cultura do Estado, aqui representada pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), fez a diferença e tornou possível a sequência da programação prestigiada por mais de 25 mil pessoas durante suas 24 horas de programação. A realização é do Governo do Estado de São Paulo, Governo Federal e Ministério da Cultura, com execução da APAA, em parceria com a Prefeitura de Limeira.
É fato que algumas mudanças na programação ocorreram e exigiram da organização agilidade, sobretudo em relação às atividades programadas pela Secretaria de Cultura de Limeira, envolvendo os artistas da cidade. O projeto Pintando a Virada, que propunha uma exposição ao ar livre de alguns artistas plásticos da cidade, teve que ser transferido para a área interna do Centro de Ciências e Cultura Professor Osvaldo Roberto Leite, mas funcionou perfeitamente lá, recebendo também um grande público. Já as apresentações musicais que aconteceriam no Palco 2, que foi danificado na véspera da abertura do evento, por conta do vendaval, foram transferidas para o Anfiteatro da Biblioteca Municipal Professor João de Sousa Ferraz. E o público não se intimidou e prestigiou em peso todas as atrações que passaram por lá. Por conta da mudança, apresentações de dança e de teatro, selecionadas pelo edital municipal, também sofreram alterações de horários. “Nossos artistas que participaram da Virada Cultural entenderam a situação e foram muito parceiros da Secretaria de Cultura. Eles mostraram que, apesar das adversidades, o show sempre deve continuar”, declarou o secretário de Cultura, José Farid Zaine.
O prefeito Mário Botion, acompanhado da primeira dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Roberta Botion, falou sobre a produção e o privilégio de receber o evento no município. “A Virada Cultural é um sucesso graças ao trabalho das secretarias envolvidas que se empenharam para a realização de toda a programação. Receber este evento, de grande porte, é uma satisfação para o município”, disse Botion.
SÁBADO
Iniciando as atividades no primeiro dia de Virada, o projeto Pintando a Virada atraiu os olhares do público. Além de mostrar o trabalho de parte dos artistas plásticos limeirenses, as obras despertaram a reflexão. “Eu falo em minhas obras do universo feminino, questões relacionadas à mulher, de forma poeticamente livre, mas com uma reflexão ao fundo. É importante levar a cultura, mas é de igual importância passar uma mensagem por meio da arte”, explicou Flávia Pozzobon, uma das artistas envolvidas na ação. Além dela, participaram Gustavo Ribeiro, Paulo Medo, Fernando Pimentel, Gustavo Dibbern, Punk Mello, Wesler Machado (Alma), Mariana Kimura, Thaís Chiyo, Allan André Lourenço e Paulo Matiazi.
A pré-virada prosseguiu com o bloco de carnaval “Meu Santo é POP”. Pioneiro em música POP, em fevereiro deste ano, levou 80 mil pessoas às ruas de São Paulo. “É uma honra levar entretenimento e cultura para o interior. É uma possibilidade de trazer novas atrações para a cidade”, declarou Jorge Minoru Alves Rono, um dos criadores do bloco. Rapha Malaquias, também responsável pelo bloco, enfatiza sobre a diversidade que a Virada abrange. “É uma diversidade cultural que só tem a agregar”, concluiu.
Abrindo o palco principal, a banda cover U2, de Limeira, garantiu uma apresentação diferenciada para o evento. Formada há 18 anos por Marco Zannini, Renê Zannini, Caio Bartolomeu e Doug Alexis, o grupo deu um show de interpretação. “A gente montou um set list diferenciado, com grandes clássicos do U2 para abrir a Virada Cultural de Limeira”.
Quem passou pelo local e participou das atividades, aprovou a iniciativa. “A Virada Cultural mobiliza toda a cidade e mostra a diversidade cultural e de estilos, além de oferecer espaço para todas as artes”, justificou Rebeka Filipe.
A arte de circo também foi representada na Virada, por meio da “Palhaça Rubra” que ofereceu um espetáculo de improviso e surpresa, arrancando gargalhadas do público. “Nós queremos surpreender. O nosso objetivo é que a pessoa chegue uma e saia outra, diferente e mais feliz, porque ela experimentou a arte”, comentou a artista.
Com público diversificado, a programação agradou a todas as idades. “A Virada é um evento muito positivo, principalmente para os jovens que muitas vezes ficam sem entretenimento de qualidade”, opinou Maria Helena Kühl que acompanhou o evento.
A dupla Caju e Castanha também passou pelo palco principal na primeira noite da Virada e agitou o público. Encerrando a programação da noite, Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci se apresentaram já nos primeiros minutos de domingo, no palco principal.
Jeneci comentou sobre a união da dupla, dizendo ainda que os shows têm o intuito de dialogar sobre recados filosóficos, falar sobre a humanidade e sentimentos. “É um encontro de amigos que lapidaram um show para mostrarem o que podemos fazer juntos”, citou Jeneci.
No palco 2, houve shows de Laranja Oliva, Nação Nesta, Eu, a Véia e os Caras e Galho da Limeira. Atividades paralelas ocorreram na Casa da Esquina, Espaço Cultura, Espaço Núcleo e Maria Alice Espaço Cultural. No Teatro Vitória, que foi o palco interno oficial da Virada, aconteceram apresentações de Uma Noite de Tango, Vestida de Shakespeare e, na madrugada, o stand-up Perda Total, com Eduardo Castilho.
DOMINGO
No domingo de manhã, a Cia Pêlo de Gato Preto apresentou o espetáculo “Breu”, no Parque Cidade, e deu largada às ações que aconteceriam naquele dia. Na sequência, a Corporação Musical Arthur Giambelli levou sua retreta ao local e, no mesmo horário, na Biblioteca Municipal Professor “João de Sousa Ferraz”, houve contação de história e apresentação do Grupo Harmonia da Dança. A Escola de Samba Unidos da Terceira Idade também agitou o Parque. No palco 2, fizeram seu show VigárioZ Crod Alien, Pandemya e Trio Patinhas. No Teatro Vitória, se apresentaram os espetáculos A Lenda do Maluco Beleza e Jantar – Brancalyone e Cashimir. Também houve programação paralela na Casa da Esquina.
A programação no palco principal começou por volta das 16h, com o stand-up “Um Gordinho e um Violão”, de Dinho Machado. Na sequência, o palco brilhou com a apresentação do grupo “As Bahias e a Cozinha Mineira”, que levou o público ao delírio. “Participar da Virada é incrível, porque o show é grátis, de fácil acesso e traz diferentes linguagens. Vir para o interior e oxigenar o espaço com arte é maravilhoso, já que promove o encontro e o debate por meio da música”, justificou a integrante da banda, Raquel Virgínia. A artista dialogou ainda sobre a realização da Virada, mesmo com os imprevistos acontecidos devido ao tempo e complementou que “encontros culturais são inquestionáveis”.
Lenine foi responsável por encerrar a programação. “Minha música vai além do entretenimento, ela educa. São crônicas a partir da minha percepção. Aquilo que incomoda é o que uso para fazer minhas canções”, declarou ele, assim que chegou ao espaço do Parque Cidade.
Apesar da breve apresentação, devido à forte chuva, a atitude do cantor de subir ao palco foi aprovada pelo público que acompanhou o show. “O Lenine foi maravilhoso por tentar realizar o show, mas, infelizmente, a chuva estava muito intensa. A atitude dele foi surpreendente por não desistir da apresentação e ainda ter deixado a mensagem de que ele pretende voltar para Limeira”, disse Andresa Raetano.
O produtor artístico do evento, Marcio Gallacci, comentou sobre o saldo positivo do evento, reforçando a essência da Virada. “A soma de esforços entre o Ministério da Cultura, do Governo Federal, a Secretaria de Estado da Cultura do Governo de São Paulo, representada aqui pela Associação Paulista dos Amigos da Arte – APAA, Organização Social de Cultura, que produz o evento, em parceria com a Prefeitura de Limeira, indica o caminho para o tempo difícil em que vivemos: a união faz a força. Foi isso o que se viu neste final de semana cheio de atrações culturais gratuitas nas mais diversas linguagens. As fortes chuvas que castigaram a cidade desde a véspera do evento acabaram por unir as equipes em torno do objetivo de proporcionar o melhor à população de Limeira. Não podemos controlar as forças da natureza, mas temos o espírito e a alma para transformar nossas vidas, cidades, enfim, nosso país. Que a cultura seja um dos pilares nessa jornada!”, finalizou.
Fotos: Adilson Silveira e Wagner Morente