Dois homens foram presos por causa de um tribunal do crime, desbancado pela Polícia Militar, no início da noite de domingo (22), em uma casa no Parque Nossa Senhora das Dores, em Limeira (SP).
O julgamento era realizado por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) contra adolescentes que teriam participado do estupro de uma garota, de 13 anos, no sábado (21), no Jardim Glória. Ao que tudo indica, seriam julgados 4 adolescentes, todos de 16 anos, e um jovem, de 20 anos.
A princípio, dois homens conseguiram fugir pelos telhados das casas vizinhas, mas um deles, de 28 anos, foi capturado. Ele é apontado como o “disciplina” da facção PCC na região. A função do disciplina, segundo a PM, é reger a conduta disciplinar dos demais membros do PCC e de outras pessoas.
Dentro da residência os policiais encontraram escondidos debaixo de uma cama o outro homem, de 19 anos, preso em flagrante, e o adolescente, de 17 anos, que ajudava os adultos no julgamento.
Com a chegada da PM, todos os “julgados” mostraram temer a ação do crime organizado e não quiseram dar declarações. Apenas um chegou a admitir que estava sendo julgado, mas voltou atrás, acusando os PMs, e não quis se manifestar oficialmente na delegacia, assim como todos os outros.
A Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima de que quatro menores eram julgados e que ao final seriam mortos por terem praticado o estupro contra uma adolescente no dia anterior. Os acusados do estupro teriam sido atraídos para a casa no Nossa Senhora das Dores com a promessa de um churrasco, que até acontecia, mas o intuito era o julgamento.
Os dois presos e o adolescente suspeito de participação na ação negaram todas as acusações. Segundo informações obtidas pela PM, os dois homens são membros ativos do PCC – Primeiro Comando da Capital.
Segundo o que foi registrado no boletim de ocorrência, o indiciado apontado como o disciplina se comportou de maneira alterada e agressiva, precisando ser contido pelos PMs tanto no compartimento de presos da viatura, como já na cela da carceragem.
Na casa foram apreendidos documentos pessoais, documentos de veículos e 6 celulares. Uma motocicleta que pertencia ao “disciplina” foi apreendida na frente da casa. Dentro da casa, outra moto foi apreendida, mas ninguém admitiu ser o proprietário dela.
Os adolescentes encontrados no local foram liberados e entregues aos seus responsáveis legais. Não houve avanços em relação à investigação do crime de estupro contra a garota, já que ela não foi ouvida ou compareceu para reconhecer os envolvidos. Também foi liberado o adolescente acusado de participar da ação junto com os dois adultos.