O professor de religião Marcos Bueno Ribeiro, de 41 anos, acusado de abusar sexualmente de nove meninas com idades entre 8 e 12 anos, frequentadoras de uma igreja evangélica, em Amparo, interior de São Paulo, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
De acordo com a Polícia Civil, os abusos foram descobertos quando uma das meninas comentou com a mãe que havia sido “tocada” nas partes íntimas pelo suspeito. O professor está preso desde o dia 20 de setembro, quando as denúncias chegaram à polícia.
Ribeiro atuava desde 2002 na evangelização de crianças e adolescentes, na 1ª Igreja Batista de Amparo. Representantes da igreja forneceram à Polícia Civil a relação de crianças que tiveram aulas com o suspeito. Segundo a investigação, as crianças foram ouvidas na presença de pais e responsáveis, confirmando os abusos.
De acordo com o delegado Fernando Ramon Moralez, que está à frente do caso, o professor de religião é casado e pai de dois filhos. Após a mãe de uma das vítimas ter tomado conhecimento do abuso, ela comunicou o fato ao pastor da igreja. O suspeito foi chamado e acabou admitindo a prática criminosa. No dia 19 de setembro, a mãe foi orientada a registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O professor foi preso no dia seguinte.
Em depoimento, o acusado teria admitido os abusos, mas disse que eles aconteceram somente nos três últimos anos. Ele afirmou que praticava os atos libidinosos quando ficava a sós com as crianças e escolhia meninas entre 8 e 12 anos.
De acordo com a investigação, os abusos aconteceram em eventos da igreja, como festas e acampamentos, e quando o suspeito ficava sozinho em sala de aula com as meninas. Das nove vítimas, duas sofreram os assédios em um acampamento realizado pela igreja em Monte Alegre do Sul, cidade da mesma região. Ribeiro não tinha antecedentes criminais. Frequentadores da igreja lamentaram os fatos e pediram justiça. Outras pessoas manifestaram revolta e execraram o professor em rede sociais.
A 1ª Igreja Batista de Amparo confirmou que o suspeito era membro da comunidade e informou que “colabora com a justiça e cumpre seu papel de dar apoio às famílias das vítimas e, também, à família do acusado”.
O advogado Daniel Ferrareze, que assumiu a defesa do acusado, disse que o processo está em fase de inquérito e ele ainda precisa conhecer a integridade dos fatos que se relacionam com seu cliente. “(O inquérito) está na fase inicial das apurações e ainda não tenho conhecimento da totalidade dos depoimentos. Qualquer manifestação da defesa será no momento oportuno”, disse.