A família da brasileira Camila da Silva, de 30 anos, que foi encontrada morta no dia 2 de outubro, na Vila Arruda dos Vinhos, no distrito de Lisboa, em Portugal, conseguiu arrecadar dinheiro para realizar o traslado do corpo para o Brasil.
A vítima era de Ipatinga, interior de Minas, e deixou uma filha de 10 anos. Familiares e amigos lamentaram a morte de Camila e pediram apoio financeiro de R$ 30 mil para trazer o corpo da jovem para o País.
Na quarta-feira, 9, Werleis Silva, irmão de Camila, informou em um post nas redes sociais que a família havia conseguido arrecadar o dinheiro por meio de “vaquinha” e que o traslado está previsto para a próxima segunda-feira, dia 14.
A família espera realizar o velório de Camila até a próxima quarta-feira, 16. “Conseguimos arrecadar o dinheiro para fazer o traslado. Agradecemos a todos. Já demos o passo principal, conseguimos a funerária em Portugal. Mandamos os documentos do Brasil para lá. Teremos o parecer da funerária ainda nesta semana, em razão dos dias que precisam para resolver tudo”, disse Werleis Silva em vídeo publicado no Facebook.
Tragédia
O corpo de Camila da Silva foi localizado dentro de uma mala envolta por fita adesiva por um morador que passeava com seu cão pelo local. A Guarda Nacional Republicana confirmou a ocorrência
No dia seguinte (quinta-feira, 3), a Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa anunciou a prisão do companheiro da vítima, de 38 anos, suspeito de tê-la matado à facada, com um golpe letal, na casa onde moravam, e abandonado o corpo dentro da mala. Ele foi encontrado dentro de uma área de mata, mas há indícios de que tentava deixar o país.
Em nota, a polícia informou que recolheu provas, as quais incriminam fortemente o suspeito. A investigação apura se o homicídio aconteceu por motivo passional. O suspeito aguarda julgamento.
O presidente da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos, André Santos Rijo, lamentou a morte da jovem e classificou o crime como hediondo. “Acontecimento de um crime hediondo (homicídio) que apanhou todos de surpresa e que chocou toda uma comunidade. Um casal jovem de cidadãos brasileiros recém-chegados, que morava em Arruda há cerca de 15 dias, na Urbanização de S. Lázaro. Ela, trabalhadora da restauração, ele, trabalhador da construção civil, e os vizinhos ainda não tinham notado sinal de violência ou agressividade entre ambos”, destacou o post.
Procurado, o Itamaraty não se pronunciou sobre o crime. Apenas informou que quando um cidadão brasileiro falece no exterior e sua família opta por trazer seus restos mortais ao Brasil, as embaixadas e os consulados brasileiros sempre procuram apoiar os familiares com orientações gerais, com a expedição de documentos e também no contato com autoridades locais para tentar agilizar e facilitar os trâmites. “Informamos que não há previsão legal que permita o pagamento de despesas hospitalares ou traslado dos corpos pelo governo federal”, afirmou a nota.