A imaturidade fisiológica do sistema imunológico das crianças faz com que elas sejam mais suscetíveis às infecções, particularmente até por volta dos quatro anos de idade. Assim, na volta às aulas devido ao maior contato com outras crianças, aumentam as chances de contaminação por vírus e bactérias.
Além disso, as férias provocam mudanças na rotina das crianças, que desrespeitam os horários das refeições, bem como a hora de acordar e ir dormir e a quantidade de horas de sono. “Nos últimos dias de descanso é importante readaptar o horário da casa, pois com a rotina completamente transformada pode surgir certa dificuldade para dormir, o mesmo serve para o horário das refeições, que deve ser retomado e seguido corretamente. Alterações na alimentação e no ciclo do sono podem interferir no sistema imunológico e no funcionamento do metabolismo”, afirma Dra. Rebecca Maunsell, presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe).
Otites e amigdalites também são problemas recorrentes. “Geralmente esses problemas são causados por vírus e bactérias. A combinação de uma imunidade mais fragilizada com exposição a ambientes comunitários aumenta o risco de contrair essas doenças. A criança mantém contato com outras, pode trocar as chupetas, toca as mãos em brinquedos e outros objetos de coleguinhas, depois levá-as à boca, o que aumenta as chances de infecção através desse contato mão-boca”, explica Dra. Rebecca.
Como se não bastassem os fatores expostos acima, muitas escolas aproveitam o período de recesso para fazer reformas, o que aumenta a exposição a poeira e produtos químicos, resultando em reações alérgicas e problemas respiratórios. Entre os casos mais comuns está a rinite alérgica, que é a inflamação da mucosa na fossa nasal. “Ao primeiro sinal de coriza, é indicado que se faça uma lavagem nasal e reforce a hidratação com muita água, podendo diminuir o número de infecções com esses atos simples do dia a dia”, revela o presidente da ABOPe.
Alguns cuidados podem minimizar o risco das crianças contraírem doenças. Os principais são: manter a carteira de vacinação em dia, estabelecer uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes e não esquecer do sono. Hábitos permanentes de higiene pessoal e coletiva também são extremamente importantes. “Deve-se ensinar as crianças, desde cedo, a lavar as mãos regularmente, especialmente antes das refeições, antes e depois de ir ao banheiro e ao chegar da rua. É importante também que as mães e cuidadores tenham atenção à lavagem das mãos ao preparar alimentos e também na limpeza de objetos e brinquedos. A criança deve evitar o compartilhamento de itens pessoais com os colegas e, por fim, caso esteja com febre, também não deve ser levada à escola”, finaliza a otorrinolaringologista.