Marca que mais cresceu na venda de veículos no Brasil em 2017, a Volkswagen espera que o mercado como um todo apresente expansão de 15% em 2018, informou nesta segunda-feira, 22, o presidente da montadora para América do Sul, América Central e Caribe, Pablo Di Si, em entrevista a jornalistas. Segundo o executivo, os primeiros 20 dias de janeiro são animadores e mostram avanço de 22% em relação a igual período de 2017.
Na visão de Di Si, o crescimento previsto para este ano é resultado do trabalho da equipe econômica do governo federal. “Conseguiram controlar a inflação e baixar os juros”, afirmou. Com uma conjuntura mais favorável, ele espera que a turbulência política que se espera para este ano em razão das eleições não atrapalhe as vendas, como ocorreu em 2015 e 2016, quando a crise política do governo Dilma Rousseff aprofundou a crise econômica. “Não sou analista político, mas tomara que não afete”, disse.
Se a política voltar a prejudicar a economia, o executivo acredita que toda a conjuntura mais favorável que se criou no segundo semestre de 2017 poderá ser perdida. “Os bancos voltaram a dar crédito e as pessoas estão pagando as suas dívidas. Se isso for interrompido, vai ser mais difícil recuperar”, explicou
Hoje, metade das vendas de veículos é feita com financiamentos de bancos, que só liberam crédito aos consumidores que demonstram capacidade de pagamento.
A empresa também está de olho no exterior. Principal exportadora entre as montadoras instaladas no Brasil, a Volkswagen acredita que o mercado argentino, para onde vão cerca de 70% dos carros brasileiros que são exportados, deve crescer de 10% a 15% em 2018, depois de uma expansão de 27% em 2017. “A Argentina está experimentando uma expansão do crédito parecida com a que o Brasil viveu em 2003, 2004 e 2005”, explicou Di Si. Ele, que é argentino, espera que as vendas no seu país natal continuem crescendo até 2020.
Em 2017, a Volkswagen informou que planeja chegar a 2020 com uma produção anual de 800 mil veículos no Brasil, mais que o dobro do volume alcançado em 2016 (324,8 mil unidades), mas ainda abaixo do recorde registrado em 2010, quando 1 milhão de unidades foram produzidas.
Apesar dos avanços esperados para a produção e as vendas, a Volkswagen não planeja ampliar o seu quadro de funcionários no Brasil pelo menos até 2020, disse o executivo. Ele considera que o número atual de trabalhadores é suficiente para atender às necessidades da empresa. Hoje, a fábrica de São Bernardo do Campo opera em três turnos, a de Taubaté opera em dois turnos e a de Curitiba opera em um turno.